Busca interna do iBahia
HOME > MÚSICA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

ROCK

Rock à moda baiana: Dorea homenageia Neil Young em show especial

Dorea homenageia o lendário canadense Neil Young com um show especial, reunindo clássicos como Heart of Gold e Rockin’ in the Free World

Chico Castro Jr.

Por Chico Castro Jr.

13/11/2025 - 13:29 h
Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young
Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young -

Existem dinossauros do rock e dinossauros do rock. Os primeiros são os mais largamente conhecidos: Beatles, Stones, Led Zeppelin, Bob Dylan, David Bowie. Os segundos são aqueles que vieram da mesma geração e, no cenário geral do rock mainstream, são tão importantes quanto os primeiros: Lou Reed, The Doors, The Who, The Kinks e Neil Young, entre outros.

Justamente ontem este último completou suas 80 voltas em torno do Sol. E, por incrível que pareça, aqui na capital do dendê tem gente celebrando a vida e a obra do gênio canadense: no sábado, o cantor baiano Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Young, para não deixar a data passar em branco.

Tudo sobre Música em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Leia Também:

Nascido em Toronto, em 12 de novembro de 1945, Young iniciou a carreira no início dos anos 1960, em Winnipeg, onde morava com a família. Tocou em diversas bandas locais. Em 1966, ele e o baixista Bruce Palmer dirigiram até Los Angeles, na Califórnia, onde se juntaram à banda em formação Buffalo Springfield.

E aqui começa de fato a carreira de Young, que já no BS começa a se demonstrar um compositor e guitarrista de grande personalidade, ao assinar faixas como Mr. Soul e Burned, entre outras. A banda é considerada uma das fundadoras do folk rock e da psicodelia na Costa Oeste.

Em 1968, Young sai do Buffalo Springfield e se lança solo. O primeiro álbum, autointitulado, de fato não chama muita atenção.

O segundo, porém, se ele não tivesse feito mais nada depois dele, já seria suficiente para inscrever seu nome no panteão dos heróis do rock: Everybody Knows This Is Nowhere, lançado em maio de 1969, traz clássicos imortais do gênero, como a faixa-título, Cinnamon Girl, Down by the River, The Losing End (When You're On) e Cowgirl in the Sand – uma pancada atrás da outra, sempre auxiliado pela banda Crazy Horse, que se tornou sua parceira mais frequente nas décadas seguintes.

Como se não fosse suficiente, Young ainda arranjou tempo naquele mesmo ano de 1969 para se juntar ao ex-parceiro de Buffalo Springfield Stephen Stills, mais David Crosby e Graham Nash, para juntos formarem uma das maiores supre-bandas de todos os tempos: Crosby, Stills, Nash & Young.

Com eles, lançou em 1970 outro clássico absoluto, o álbum Deja Vu. Donos de egos gigantescos, os quatro membros viviam às turras, e Young logo saiu (embora tenha voltado outras vezes nas décadas seguintes).

Nos anos subsequentes, Young lançou uma sequência de álbuns igualmente geniais: After the Gold Rush (1970), Harvest (1972), On the Beach (1974), Tonight's the Night (1975) e Zuma (1975).

A essa altura, Young já era um astro do rock estabelecido, com milhões de LPs vendidos e shows em grandes estádios e festivais. E embora esse período entre 1969 e 1975 seja considerado seu apogeu criativo, ele ainda lançou grandes álbuns nos últimos 50 anos, como American Stars 'n Bars (1977), Ragged Glory (1990), Harvest Moon (1992), Sleeps with Angels (1994), Mirror Ball (1995, com os pupilos do Pearl Jam como banda de apoio) e vários outros.

Nos anos 1980, experimentou com música eletrônica (Trans, 1983), rockabilly (Everybody's Rockin', 1983), country raiz (Old Ways, 1985) e soul (This Note's for You, 1988). Experimentou tanto, que foi processado pela própria gravadora de não soar mais como ele mesmo – um absurdo.

Enfim, um artista extremamente inquieto, com uma obra vasta e multifacetada – mas sempre como uma assinatura artística muito própria e influente.

Liberados para pesar

Mesmo com uma carreira tão rica e duradoura, Neil Young nunca foi uma referência muito evidente entre roqueiros baianos. Com exceção de uma canção ou outra executada no meio do show (o hino Rockin' in the Free World, do álbum Freedom, de 1989, quase sempre), quase não se ouve o bardo canadense por aqui.

Daí o ineditismo do show Neil Young 80 Anos, do cantor Dorea, que – olha a ironia – é muito mais identificado com os artistas locais de MPB do que com o povo do rock.

Quem já viu Dorea pelos palcos da cidade, porém, sabe que o show faz sentido: o cantor é grande fã de bardos folk, com um show inteiro dedicado à obra de Belchior, além de já ter mandado um Bob Dylan por aí de vez em quando.

“Esse show é um sonho. Sério mesmo. Sonhei algumas vezes estar no palco cantando as músicas de Neil Young, algo que fiz poucas vezes, porque ele não é um artista tão ouvido no Brasil, menos ainda em Salvador. As pessoas não conhecem as canções, e infelizmente isso, em geral, não desperta curiosidade, mas desinteresse”, lamenta Dorea.

Novatos em Young que forem ao Discodelia neste sábado, porém, podem se preparar para um curso relâmpago – e fãs de longa data, um passeio pela obra do homem. No palco, Dorea estará acompanhado de Vinicius Bittencourt (guitarra), João Sarno (baixo) e Arthur Oliveira (bateria).

“Vamos fazer esse show numa casa do rock underground de Salvador, Discodelia Pub & Records. E não iremos decepcionar quem for esperando um show de rock. Eu estarei com meu violão, haverá as canções folk do repertório de Neil Young, mas será sobretudo um show de rock. Os músicos estão liberados pra pesar a mão”, afirma Dorea.

“No repertório, vamos ter os clássicos folk, como Heart of Gold e Old Man, mas também alguns dos rocks mais fortes de Neil Young, como Rockin' In The Free World (olha ela aí de novo) e Like a Hurricane”, acrescenta.

Dorea conta que admira Young desde garoto, graças ao pai, fã de primeira hora do rock star:

“Conheci as músicas de Neil Young através de meu pai, que viveu a década de 70 intensamente. Gosto de muitas coisas daquela época, mas NY me chamou atenção especialmente pela despretensão e a forma genuína de compor e interpretar as canções dele, mesmo que fossem romanticamente bregas ou melancólicas demais, às vezes exageradas, desafinadas. Enfim, a música sempre está ali como era pra ser, sem excesso de polimento”, conclui.

Serviços

➡️ Show Neil Young 80 Anos por Dorea e banda

▪️Data: Sábado (15)

▪️Horário: 19h

▪️Local: Discodelia (Rua do Meio, 141, Rio Vermelho)

▪️Ingressos: R$ 20

▪️Vendas: Sympla

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

música

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young
Play

Henrique & Juliano apadrinham estreia de Bia Frazzo em Salvador

Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young
Play

Integrante dos Filhos de Jorge pede namorada em casamento durante show

Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young
Play

Baiana, filha de Jimmy Cliff e estrela em Hollywood: a vida de Nabiyah Be

Dorea, acompanhado de banda básica (baixo, bateria e guitarra), faz um show só com repertório de Neil Young
Play

Sandra Sá faz discurso emocionante na Arena A TARDE: “Não precisa batalhar"

x