PARIS-2024
Com EUA na liderança, Brasil termina Olimpíada de Paris na 20ª posição
Delegação Brasileira somou 20 medalhas, sendo três de ouro
Por AFP
Com uma cerimônia mais convencional que a de abertura, Paris fecha neste domingo, 11, as cortinas de uma festa olímpica que terminou com o último ouro dos Jogos para a seleção americana de basquete feminino, vitória que colocou os Estados Unidos no topo do quadro final de medalhas depois de 19 dias de competições na capital francesa.
O Brasil não disputou nenhuma prova neste domingo e encerrou sua participação no sábado conquistando a medalha de prata no futebol e de bronze no vôlei, ambos feminino.
Distopia futurista
Os organizadores anunciaram que a cerimônia de encerramento girará em torno de uma distopia futurista, em que um personagem, "o viajante dourado", interpretado pelo b-boy francês Arthur Cadre, redescobre os Jogos Olímpicos, como fez o Barão Pierre de Coubertin no século XIX.
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Com duração de cerca de duas horas e meia, será mais curta que a de abertura no dia 26 de julho, que durou quatro horas e foi histórica por não ter acontecido em um estádio, mas ao longo do Sena e com o atletas desfilando a bordo de 85 embarcações.
"Será um momento muito intenso dizer 'au revoir' a todos os atletas", anunciar os Jogos Paralímpicos – de 28 de agosto a 8 de setembro – e passar o bastão para Los Angeles-2028, comentou o presidente do comitê organizador, Tony Estanguet.
O diretor artístico é mais uma vez Thomas Jolly, alvo de críticas por uma cena na abertura, que atores políticos conservadores - do Vaticano ao guia supremo iraniano, e inclusive Donald Trump - viram como uma paródia ofensiva da Última Ceia de Jesus com seus apóstolos.
Lendas vivas
Antes da festa serão entregues as últimas medalhas.
Entre elas, a de ouro para a seleção feminina de basquete dos Estados Unidos, que venceu a França por 67-66 e conquistou seu oitavo título olímpico consecutivo.
Com isso, o 'Team USA' terminou o quadro de medalhas na liderança, empatado em 40 ouros com a China. A delegação americana, no entanto, conseguiu mais pratas que a chinesa (44 contra 27) e mais medalhas no total: 126 a 91. O Japão foi o terceiro, com 45 medalhas (20-12-13).
Além da maratona feminina, pela primeira vez na história realizada no último dia (em vez da masculina), a Dinamarca conquistou a medalha de ouro no handebol Masculino ao vencer a Alemanha por 39-26.
No vôlei feminino, a Itália venceu os Estados Unidos, enquanto Sérvia e Dinamarca foram coroadas nas competições masculinas de polo aquático e handebol. Na luta livre foram três medalhas latinas neste domingo: bronzes para colombiana Tatiana Rentería e a cubana Milaimy Marín na categoria 76 kg, e o bronze nos 65 quilos para o porto-riquenho Sebastián Rivera.
O lutador cubano Mijaín López conquistou seu quinto ouro consecutivo na mesma modalidade, um feito inédito, e a nadadora americana Katie Ledecky conquistou duas medalhas de ouro (800 metros e 1.500), e agora, com nove, é a mulher mais premiada em Jogos Olímpicos, junto com a ginasta soviética Larissa Latynina.
O nadador francês Léon Marchand fez a torcida local delirar com suas quatro medalhas de ouro; a ginasta Simone Biles recuperou sua saúde mental que a afastou em Tóquio e também seu trono em Paris com três ouros, incluindo a competição individual.
Na pista de atletismo, o sueco Armand Duplantis quebrou novamente o recorde mundial do salto com vara com um voo de 6,25 metros.
Brasil em 20º
No sábado, a delegação brasileira encerrou sua participação nos Jogos de Paris em 20º lugar no quadro de medalhas, com um total de 20: três de ouro, sete de prata e dez de bronze.
O desempenho ficou abaixo de Tóquio-2020 (12° lugar) e Rio-2016 (13º), quando os brasileiros conquistaram sete ouros em cada uma dessas edições.
Mas por outro lado, em termos de quantidade de pódios, só perdeu para o dos Jogos realizados na capital japonesa, quando o Brasil conquistou um total de 21 medalhas.
As Olimpíadas de Paris ficaram marcadas pela consagração da ginasta Rebeca Andrade como a atleta brasileira mais vitoriosa da história dos Jogos, entre homens e mulheres.
Com um ouro, duas pratas e um bronze, a paulista de 25 anos superou a marca de cinco medalhas dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt e se isolou na liderança, com seis.
Grael e Scheidt ganharam a companhia de Isaquias Queiroz, que conquistou sua quinta medalha olímpica ao ficar com a prata na categoria C1 1000m da canoagem de velocidade.
O judô brasileiro obteve a melhor campanha da história: um ouro (Beatriz Souza), uma prata (Willian Lima) e dois bronzes (Larissa Pimenta e por equipes mistas).
Ana Patrícia e Duda, medalhistas de ouro no vôlei de praia feminino, foram anunciadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) como porta-bandeiras na cerimônia de encerramento.
Sucesso de público
As competições em Paris tiveram um cenário luxuoso: a Torre Eiffel em frente à quadra de vôlei de praia, o Palácio de Versalhes nas provas equestres, o obelisco da Place de la Concorde acompanhando o BMX, sem esquecer as ondas do Taiti, onde o surfista Gabriel Medina protagonizou uma das imagens mais icônicas destes Jogos, levitando sobre as águas, com o braço erguido.
O Sena foi outro dos grandes protagonistas.
Apesar dos 1,4 bilhão de euros (8,42 bilhões de reais na cotação atual) gastos na limpeza do rio, a organização foi forçada a cancelar vários treinos e adiar por um dia o triatlo masculino, embora todas as competições planejadas, incluindo a natação em águas abertas, tenham sido realizadas.
Durante três semanas, os Jogos transformaram Paris em uma cidade amigável, repleta de delegações, voluntários - 45 mil - e espectadores de todo o mundo, sem o temido caos nos transportes.
Tudo sob a vigilância de um enorme dispositivo de segurança, que incluía patrulhas mistas da polícia francesa com agentes estrangeiros.
O evento também foi um sucesso de público, apesar dos preços elevados: foram vendidos mais de 9,5 milhões de ingressos, bem acima do recorde anterior de Atlanta-1996, quando foram vendidos 8,3 milhões.
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