OPINIÃO
Combate ao desvio
Possível esquema de desvio de dinheiro público através de emendas parlamentares envergonha a classe política
Por Da Redação

O trabalho de investigação da Polícia Federal, ao apurar desvio de dinheiro público, representa o destampar de uma jarra de possíveis outras ocorrências, como efeito do sigilo com o qual é protegido o orçamento do Congresso Nacional.
A sétima operação desde 2002, média de duas por ano, resultou na descoberta de acordo de servidores do Estado para favorecer repasses na conta de um hospital do Rio Grande do Sul, com fortes indícios da modalidade “propina”.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Flavio Dino, tão logo soube do ardiloso enredo. O esquema funcionava assim: as emendas eram direcionadas e o grupo fazia uma “vaquinha” às avessas, retirando individualmente cada fração sobre o excedente extraído.
O maranhense de escol revela incontida aversão ao crime, embora pautado pelo necessário equilíbrio, ao fazer escolhas como a de mobilizar os recursos policiais, como deverá voltar a acontecer nos próximos dias.
O golpe nada tem de engenhoso, e pode ter se tornado banal, com forte tendência de repetir-se a tática, sinalizando a projeção de um menor número de crimes, doravante, com o despertar da polícia.
O avanço da apuração, cotejado com o número de operações, pode indicar uma boa oportunidade de novas “blitze” para vigiar e punir, produzindo assim um temor em quem já perdeu a vergonha de lesar seus vizinhos.
Para não ficar com a pecha de “exceção à regra”, o estabelecimento gaúcho tem boas chances de instruir os homens, se for da vontade política estabelecer a lei e a ordem nas repartições, porque estas não estão acima dos códigos.
A certeza de terem as “costas quentes” pode indicar algum cappo-chefe, pois os tratantes chegaram a elaborar uma espécie de “contato de propina”, estabelecendo percentuais, em ação plena de descaro e desfaçatez. Procurando com profissionalismo, outros casos podem emergir, mas é cedo para antecipar-se aos serviços de quem se espera trabalhar certo para queimar a semente do mal.
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