ABANDONO TOTAL
Moradores da Pituba denunciam furtos em antigo prédio dos Correios
Moradores vivem em constante insegurança enquanto invasores agem sem medo

Por Andrêzza Moura

Mais uma vez, a antiga sede dos Correios, localizada na Avenida Paulo VI, na Pituba, em Salvador, voltou a ser assunto entre os moradores do bairro e nos veículos de comunicação da cidade. Nos últimos meses, o prédio, abandonado há cerca de sete anos, tem sido palco de uma série de invasões e furtos que ocorrem a qualquer hora do dia e sob os olhares de inúmeras testemunhas.
Moradores relatam que os invasores não demonstram qualquer receio, entram, levam materiais da estrutura e deixam o local sem serem incomodados. “Acho horrível, a gente fica vulnerável, entregues à bandidagem. Moro aqui há cinco anos e, quando cheguei, esse prédio já estava assim, abandonado”, desabafa uma técnica de enfermagem, de 38 anos, moradora da região.

Outro morador reforçou a sensação de insegurança: “Os meninos estão agindo em alta. Isso aí é 24 horas. Eles não estão nem aí para ninguém, não ligam para nada. Eles são bem agressivos”.
Invasões constantes
Nesta quarta-feira, 3, o Portal A TARDE esteve no local e flagrou a ação de um grupo de homens e uma mulher trans deixando o prédio carregando muitos objetos. O flagrante foi registrado em vídeos e fotos. Os invasores têm acesso ao imóvel através de um buraco localizado em um dos muros do terreno. O local fica entre um famoso supermercado, um prédio comercial e vários condomínios residenciais do bairro nobre.
Segundo os moradores, apesar de as ações criminosas acontecem há alguns meses e as forças de segurança pública terem conhecimento dos fatos, raramente é feito alguma coisa. "Você está vendo alguma viatura aqui? Algum policial? É o dia todo isso aí, eles fazem o que querem", lamentou o homem.
Durante a tarde desta quarta-feira, a reportagem permaneceu em frente ao imóvel por cerca de 2 horas e não viu nenhuma viatura da Polícia Militar na área. O Portal A ATARDE procurou o Departamento de Comunicação Social (DCS) da Polícia Militar para saber como é feito o policiamento na região, mas, até a publicação dessa matéria, o órgão não havia dado retorno.
Prisões em flagrante
No dia 6 de novembro último, três homens foram presos em flagrante, na região, suspeitos de furtar itens do prédio. Uma denúncia anônima levou equipes da 16ª Delegacia Territorial (DT/ Pituba) até o imóvel, onde encontraram os suspeitos com sacos contendo fios, cabos e outros materiais retirados da estrutura.

A Polícia Civil também apreendeu quatro facas tipo serra e um alicate, utilizados para cortar e remover os materiais furtados. Os homens foram conduzidos à delegacia, onde o Auto de Prisão em Flagrante foi lavrado.
Já nesta segunda-feira, 1º de dezembro, oito homens foram presos em flagrante por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) quando tentavam furtar materiais de cobre, metal, esquadrias de janelas e fios do prédio.
Um gigante abandonado
Desativado desde 2018, o prédio de cerca de 35 mil metros quadrados acumula mais de sete anos de abandono. O imóvel já foi levado a leilão 17 vezes, a última delas em 12 de junho deste ano, quando três propostas foram registradas - todas abaixo do lance mínimo de R$ 109 milhões. Uma nova licitação, aberta em 5 de agosto último, também não despertou interesse.

Procurado pelo A TARDE, os Correios se manifestou por meio de nota e afirmaram que o imóvel está desocupado e segue em processo de alienação. Informaram ainda que haverá uma nova tentativa de venda, com divulgação no site da estatal. A empresa diz manter vigilância 24 horas no local e parceria com órgãos de segurança pública para prevenir ocorrências.

Durante todo o tempo em que a reportagem esteve no local não foi visível a presença de nenhum segurança patrimonial tomando conta do imóvel ou impedindo a ação dos invasores.
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Nota
O imóvel dos Correios localizado na Pituba encontra-se desocupado e está em processo de alienação. A empresa programará uma nova tentativa de venda, e as informações serão disponibilizadas no site dos Correios.
A estatal mantém vigilância 24 horas no local, além de estreita parceria com órgãos de segurança pública para prevenir ocorrências e colaborar em investigações. Além da comunicação à Polícia Federal, as ocorrências também são apuradas internamente pelos Correios.
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