POLÍCIA
MP pede prisão de ex-marido de Cíntia Chagas; saiba detalhes
Bove foi indiciado pela polícia pelos crimes de perseguição e violência psicológica

Por Redação

Após constatar diversos descumprimentos de medidas protetivas, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) e pediu a sua prisão preventiva.
Ele é acusado de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça, contra a influenciadora digital e ex-esposa, Cíntia Chagas.
Chagas possui mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais e, em 2024, registrou um boletim de ocorrência contra o seu ex-marido acusando-o de de abusos físicos e psicológicos.
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Bove foi indiciado pela polícia pelos crimes de perseguição e violência psicológica no dia 29 de setembro. O inquérito foi concluído em 15 de setembro e encaminhado à Justiça.
Segundo o Ministério Público, Bove teria ignorado determinações judiciais de forma cada vez mais ostensiva, demonstrando “claro desprezo” às restrições impostas.
Segundo o documento, há cerca de um ano o deputado vem desrespeitando as ordens judiciais, mesmo após intimações e advertências feitas pessoalmente e por meio de seus advogados.
O texto afirma que, no início, Bove publicava indiretas nas redes sociais envolvendo a vítima e mencionando a existência do processo.
Com o tempo, porém, ele passou a fazer publicações explícitas com o nome da vítima e referências ao caso, o que, segundo o MP, descumpre a decisão judicial que proibia qualquer menção ao processo.
De acordo com o MP, o deputado já demonstrou que não irá parar de descumprir as medidas impostas. O órgão ressalta o “alto grau de reprovabilidade” das atitudes e afirma que cabe ao Estado proteger a integridade psicológica da vítima.
O MP cita também a existência de “notícia de histórico de violência” e informa que, além do processo das medidas protetivas, já foi oferecida denúncia contra o investigado em outro procedimento.
Em nota, Cíntia Chagas disse que recebeu a decisão "com serenidade e inabalável confiança na Justiça".
" Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor", afirmou.
O que diz a defesa de Cíntia Chagas
"A Justiça não é palco para vingança, brincadeiras ou deboche — especialmente quando se trata de violência contra a mulher. A denúncia do Ministério Público de São Paulo, com imputação dos crimes de ameaça, perseguição, lesão corporal, violência psicológica e desobediência, representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima.
Sempre acreditei na palavra de Cíntia Chagas — como mulher, amiga, cliente e comunicadora que admiro profundamente. Ela enfrentou com coragem todos os obstáculos, confiou na Justiça e seguiu cada orientação jurídica com serenidade e firmeza. Hoje, a denúncia formal reafirma o que sempre sustentamos: que não há espaço para o abuso, para a impunidade e para o uso do poder como instrumento de opressão.
Como ex-membro do Ministério Público, instituição à qual servi com orgulho por mais de vinte anos e que me representa para o resto da vida, celebro seu papel essencial na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência.
Essa atuação demonstra que a lei existe para todas e contra todos que a violarem — independentemente de quem sejam ou do cargo que ocupem.
A mensagem que fica é clara: ninguém está acima da lei e da justiça. E eu sigo acreditando — com fé, ética e coragem — que a verdade e a Justiça sempre prevalecem", afirmou Gabriela Manssur, advogada e ex-Promotora de Justiça.
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