POLÍTICA
ACM Neto admite debandada de aliados para o governo: "Não é surpresa"
Ex-prefeito de Salvador perdeu grande número de prefeito e lideranças
Por Cássio Moreira

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, admitiu, nesta terça-feira, 22, a perda de importantes nomes do seu grupo político para o bloco liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Nas últimas semanas, a oposição tem assistido ao movimento de perfeitos e lideranças políticas do interior rumo ao grupo governista, fruto da articulação do secretário de Relações Institucionais (Serin), Adolpho Loyola (PT). Entre os principais nomes cada vez mais próximos do Palácio de Ondina, estão Zé Cocá (PP), reeleito em Jequié, e Júnior Marabá (PP), prefeito de Luís Eduardo Magalhães.
Questionado sobre a baixa, ACM Neto tentou minimizar, afirmando que a mudança de lado é "absolutamente normal". O líder da oposição ainda sugeriu que os que fazem a portabilidade não 'honram' os votos conquistados nas urnas.
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“Primeiro, absolutamente normal, o tempo inteiro é assim. Muita gente não se preocupa em respeitar a vontade do eleitor, em honrar os votos que teve, e acaba mudando de lado. Desde que a política existe, isso existe. Então, não é surpresa nenhuma", pontuou em entrevista ao Acorda Cidade.
Oposição preocupada
A debandada tem ligado o sinal de alerta na oposição, que já admite, nos bastidores, um cenário ainda mais difícil do que o enfrentado em 2022. A ideia é trabalhar para conter os danos e evitar uma derrota ainda mais dura para Jerônimo.
Além dos nomes citados acima, o governo já conseguiu atrair quadros como os prefeitos de Guanambi, Nal Azevedo (Avante); Paulo Afonso, Mário Galinho (PSD); Buritirama, Dr. Léo (MDB); Nilo Peçanha, Jacque Soares (Podemos); Brejões, Rick de João Lulu (Avante); e Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB). Desses, alguns ainda avaliam o peso da mudança de grupo.
Mesmo com a previsão de "turbilhão" para o próximo ano, deputados acreditam, como apontado recentemente pelo Portal A TARDE, que o ex-prefeito de Salvador deve insistir em uma nova candidatura ao governo.
"Não tem outro nome. Nosso candidato em 2026 é só Neto", disse um parlamentar quando questionado sobre uma alternativa para o grupo.
“O que me importa é contar os parceiros de verdade, com os aliados, com as pessoas que são firmes ao nosso lado, que correspondem conosco. Essas sim farão uma diferença enorme em 2026 e vão nos ajudar a construir uma grande vitória no próximo ano. Até podendo ganhar um governo como fiz em 2012 em Salvador, quando me elegi prefeito", defendeu Neto, ao tentar amenizar o cenário.
"Naquela época, eu tinha muito poucos compromissos políticos, muito poucas amarras políticas. Aquilo me permitiu ganhar a eleição, e o meu compromisso era com o povo. Em 2026, se eu for candidato a governador e se Deus permitir ganhar as eleições, quero repetir essa mesma estratégia: a aliança ser com o povo", completou.
Dificuldade para montar chapa
Outra dificuldade apontada pelos aliados, também trazida pelo Portal A TARDE, é a ausência de quadros dispostos ao 'sacrifício' da chapa majoritária. Dos nomes pensados por ACM Neto até o momento, todos teriam colocado barreiras para a composição.
Em conversa com o Portal A TARDE, durante agenda no começo deste mês, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida (PSB), fez uma avaliação do atual cenário político no estado e da chegada de nomes da oposição ao governo.
"O que está se vendo é o governo do Estado, e eu quero parabenizar o trabalho do governador Jerônimo e de Adolpho Loyola, tem ocupado esse espaço. Quem deixa o espaço vazio tem que correr atrás. Vai dar trabalho de encostar, o governador é muito ágil", pontuou na ocasião.
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