DESAPROVOU
PEC da Blindagem: Angelo Coronel se une a Otto e Wagner
Em vídeo postado em seu perfil nas redes sociais, nesta segunda-feira, 22, senador afirmou que PEC não atende expectativas da sociedade

Por Yuri Abreu

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) revelou como deve votar na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, aprovada na semana passada, pela Câmara dos Deputados, e que foi enviada para a Casa Alta.
Em um vídeo postado nas redes sociais (veja abaixo), nesta segunda-feira, 22, o pessedista se juntou aos outros dois senadores que representam a Bahia, Otto Alencar (PSD) e Jaques Wagner (PT), e defendeu o arquivamento do texto, apontando que a Proposta não atende as expectativas do povo brasileiro.
Quero dizer que também votarei pelo arquivamento desta matéria
"Recebi o texto que foi aprovado na Câmara, olhei, e vi que essa PEC precisa ser arquivada. Essa PEC não vem atender a expectativa do povo brasileiro. Então, seguindo a tendência do nosso partido PSD, do nosso presidente Otto Alencar, que já tinha se posicionado, eu quero aqui dizer que também votarei pelo arquivamento desta matéria", afirmou Coronel.
Otto define data de votação para "sepultar" projeto
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), disse que pretende votar, na próxima quarta-feira, 24, a PEC da Blindagem, durante reunião do colegiado.
O congressista pontuou que se o relator do texto na Casa, Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentar o relatório dele sobre a PEC até lá, o texto será colocado como prioridade na lista de votações da CCJ — o emedebista já antecipou que o parecer dele será pela rejeição da Proposta.
"[Vou pautar] para sepultar de vez esse assunto no Senado", disse Otto à Globonews, no domingo, 21. Ele acrescentou que o texto é "murro na barriga e tapa na cara do eleitor".
Segundo críticos ao texto, a PEC, na prática, inviabilizará a abertura de ações penais contra deputados e senadores. Na Câmara, a matéria foi articulada por parlamentares do Centrão, que votou em peso pela aprovação da proposta. O texto recebeu 353 votos favoráveis e 134 contrários, no primeiro turno. E o placar foi de 344 a 133, no segundo.
"Crime organizado vai comprar partidos", afirma senador
Em entrevista ao UOL, Otto Alencar fez um grave alerta sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. Para o pessedista, caso a proposta passe pelo Senado, ela vai atrair facções criminosas, como o PCC, para a política. "A PEC da Blindagem põe crime organizado na política. Se aprovar, o crime organizado vai comprar esses partidos de aluguel", afirmou.
Já em outra entrevista à Globonews, na semana passada, o congressista já havia lembrado que organizações criminosas estão se infiltrando em prefeituras. Ao comandar municípios, disse Otto, conseguem desviar recursos públicos usando licitações direcionadas e empresas de fachada.
Jaques Wagner chama texto de 'vale-crime'
O senador Jaques Wagner (PT-BA) foi enfático nas suas críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados. Em entrevista ao UOL, na última sexta-feira, 19, o congressista afirmou que o texto é uma espécie de "vale-crime".
O petista ainda definiu a proposta como "PEC da Malandragem" e reafirmou, assim como outros senadores, que a matéria não vai passar na Casa Legislativa.
"Eu vejo a manifestação de várias lideranças, de vários partidos e não vejo a menor chance da chamada PEC da Malandragem prosperar, porque eu acho que ela é um vale-crime, é como se a gente construísse um vale-crime. Eu fiz um crime hoje, vou investir algo para me eleger, me elejo, aí o Congresso é que tem que autorizar eu ser processado. Essa é uma tentativa de copiar a Constituição de 88, equivocadamente [...] É bom lembrar que em 88 a gente estava saindo de uma ditadura militar", disse ele.
"A tentativa de dizer que esse é o texto condicional é querer aplicar, em conjunturas totalmente diferentes, conceitos que podem caber no determinado momento, mas que não cabe mais hoje no funcionamento normal e ampliado. Querer botar o presidente nacional [...] pode escrever que se isso passa, daqui a pouco, eles vão querer estender para presidente estadual, para presidente municipal, ou seja, é um absurdo o cidadão se sentir protegido dessa forma", completou Jaques Wagner.
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