POLÍTICA
PEC da Blindagem: Otto define data de votação para "sepultar" projeto
Presidente da CCJ afirmou que se relatório estiver pronto será o primeiro item da pauta de votações do colegiado

Por Yuri Abreu

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), disse que pretende votar, na próxima quarta-feira, 24, a chamada PEC da Blindagem — aprovada pela Câmara na última quarta-feira, 17 —, durante a reunião do colegiado.
O congressista pontuou que se o relator do texto na Casa, Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentar o relatório dele sobre a PEC até lá, o texto será colocado como prioridade na lista de votações da CCJ — o emedebista já antecipou que o parecer dele será pela rejeição da Proposta.
"[Vou pautar] para sepultar de vez esse assunto no Senado", disse Otto à Globonews, neste domingo, 21. Ele acrescentou que o texto é "murro na barriga e tapa na cara do eleitor".
Segundo críticos ao texto, a PEC, na prática, inviabilizará a abertura de ações penais contra deputados e senadores. Na Câmara, a matéria foi articulada por parlamentares do Centrão, que votou em peso pela aprovação da proposta. O texto recebeu 353 votos favoráveis e 134 contrários, no primeiro turno. E o placar foi de 344 a 133, no segundo.
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"Crime organizado vai comprar partidos", afirma senador
Em entrevista ao UOL, Otto Alencar fez um grave alerta sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. Para o pessedista, caso a proposta passe pelo Senado, ela vai atrair facções criminosas, como o PCC, para a política. "A PEC da Blindagem põe crime organizado na política. Se aprovar, o crime organizado vai comprar esses partidos de aluguel", afirmou.
Já em outra entrevista à Globonews, na semana passada, o congressista já havia lembrado que organizações criminosas estão se infiltrando em prefeituras. Ao comandar municípios, disse Otto, conseguem desviar recursos públicos usando licitações direcionadas e empresas de fachada. Além disso, ressaltou que o PCC já chegou a Faria Lima.
O pessedista ainda considerou que blindar parlamentares de investigações incentiva as facções a dar um novo passo: tentar eleger deputados federais e senadores.
Por último, o presidente da CCJ indicou que não há pressa da tramitação da matéria, mas não escondeu a preocupação de que se a proposta for considerada constitucional no colegiado, ela pode ser votada em plenário.
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