BAHIA
Aliança do PP com Jerônimo está próxima, mas pode ter curta duração
Foco do partido é eleger deputados federais, o que pode levá-lo de volta ao União Brasil em 2026
Por Lula Bonfim
A volta do PP à aliança do governo do estado está próxima. Apesar da bancada do partido na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) já compor a base governista desde o início do mandato, só a partir de agora é que emplacaram as negociações para que a sigla integre oficialmente a administração estadual, incluindo ocupar cargos de primeiro e segundo escalão.
Nos bastidores da política baiana, essa recomposição oficial da aliança já era dada como inevitável há algum tempo. O presidente estadual do PP, deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP), afirmou nesta semana, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, que a decisão final deverá ser tomada pela Executiva Estadual do PP ainda em 2024.
Porém, segundo interlocutores próximos à Executiva do partido, essa aliança iminente deve ser de curto prazo. Lamentando, esses integrantes do PP, simpáticos ao governo Jerônimo, dizem que há uma tendência do partido voltar a deixar a base governista no início de 2026, para apoiar a candidatura do União Brasil ao governo estadual.
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Na avaliação dessas fontes, o governo Jerônimo não possui aquilo que o PP mais deseja para 2026: votos suficientes para garantir a manutenção da bancada baiana do partido na Câmara dos Deputados, em Brasília. Hoje, a sigla possui quatro parlamentares: Neto Carletto, Claudio Cajado, Mário Negromonte Jr. e João Leão, quarteto que deve ter uma substituição no próximo pleito.
“A tendência é que Neto se desfilie do partido em fevereiro de 2026 e se junte ao Avante, que é comandado pelo tio dele, Ronaldo. Essa quarta vaga deve ir para Júnior Marabá [prefeito de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia], que já está se articulando e vai ser candidato a federal”, disse um integrante do partido ao Portal A TARDE, sob condição de anonimato.
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A opinião desse quarteto deverá ser decisiva para o posicionamento final do partido. Leão e Marabá já possuem uma posição firme de oposição a Jerônimo. Negromonte Jr. e Cajado dialogam bem com o governo do estado, mas, segundo fonte do partido, a tendência é que se juntem à tese de que é o União Brasil quem tem mais votos disponíveis no interior para conceder ao PP, através do apoio de prefeitos que ainda não estão vinculados a parlamentares.
“O próprio presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, já sinalizou nesse sentido. Ele está cada vez mais radicalizado, se afastando do PT e do governo Lula. E o que o partido quer é deputados federais. É o número de federais que define fundo partidário, fundo eleitoral, tempo de televisão. Ninguém quer abrir mão disso”, analisou um parlamentar.
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A certeza disso é tão grande que integrantes do PP que não abrem mão de seguir na base de Jerônimo já acertaram filiação a outros partidos. Além de Neto Carletto, é o caso também dos deputados estaduais Nelson Leal (PP) e Niltinho (PP), que já têm tudo certo para se juntarem ao Avante a partir de fevereiro de 2026. Na prática, eles já atuam na futura sigla.
Nesta quinta-feira, 17, Nelson Leal chegou a ser abordado pelo Portal A TARDE para falar do tema, mas preferiu não comentar. Niltinho também foi procurado nesta sexta, 18, mas não respondeu às mensagens nem atendeu aos telefonemas.
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