NOVELA À VISTA?
Cuiabá inscreve VLT no PAC e compra de trens pela Bahia pode travar
Prefeitura de capital mato-grossense é entusiasta com ideia do modal em meio a imbróglio com vagões
Por Eduardo Dias
Mirando os R$ 140 bilhões em investimentos previstos pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, que terá divulgação da relação de obras cadastradas por estados e prefeituras no mês de dezembro, a Prefeitura de Cuiabá decidiu inscrever o projeto do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) da capital mato-grossense no programa federal, mas que passará por uma seleção pela gestão petista.
Isso, no entanto, pode frustrar os planos do governo da Bahia, que demonstrou interesse na compra dos 40 trens inutilizados do VLT de Cuiabá para implantação do VLT de Salvador, no Subúrbio Ferroviário. Os vagões estão sem operação há mais de 10 anos. A obra inscrita pelos cuiabanos no PAC está orçada em R$ 3 bilhões.
As negociações para a compra dos trens entre os dois estados estão sendo comandadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), junto aos governos da Bahia e de Mato Grosso, com representantes das Casas Civis dos dois estados. Um Grupo de Trabalho (GT) para tratar do assunto por 30 dias foi criado pelo TCU em agosto e foi prorrogado duas vezes.
O VLT de Cuiabá é uma antiga promessa, idealizado para a Copa do Mundo de 2014, mas nunca concluído. O modal ligaria as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. O modal foi substituído pelo BRT, abrangendo apenas a cidade de Cuiabá. Os atuais trens que compõem o VLT cuiabano têm vida útil de 30 anos.
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), é entusiasta da ideia de implantação do modal na cidade, mesmo em meio ao imbróglio com o governo estadual, o sistema BRT, que está sendo instalado onde seria a linha do VLT, e a concessionária detentora dos trens.
De acordo com o portal RD News, de Cuiabá, na justificativa da inscrição do projeto do VLT cuiabano, a prefeitura defende que o modal representa “uma solução inovadora e essencial” para atender às crescentes demandas de mobilidade urbana na cidade.
Na Bahia, a implantação do VLT de Salvador é um objetivo e o Governo do Estado, que designou a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) como responsável, junto à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), pela elaboração do projeto do novo modal.
As tratativas com Cuiabá partiram após a oficialização do rompimento de contrato do governo com o consórcio Skyrail, que engloba as empresas BYD Brasil e Metrogreen e que construiria o VLT do Subúrbio.
A medida está de acordo com a determinação da Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) que apontou a rescisão como a melhor saída diante da urgência para a continuidade da implantação do sistema de transporte. Um dos motivos para esta deliberação está relacionada ao encarecimento dos materiais primários para construção do modal.
O Portal A TARDE havia adiantado que o novo VLT de Salvador deve custar R$ 3,5 bilhões, valor pouco superior ao modal cuiabano, e que o plano do governo Jerônimo é entrar em 2024 com as obras iniciadas, com prioridade para o Subúrbio.
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