MANDATO COLETIVO
Deputada Olívia Santana defende vereadoras do mandato coletivo na CMS
Após dois anos em atividade, vereadores criticam legitimidade do mandato coletivo do PSOL
Por Eduardo Tito

A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), saiu em defesa das vereadoras da "mandata coletiva" do PSOL, Pretas Por Salvador, após polêmica iniciada na semana passada com o vereador Henrique Carballal (PDT) que questionou a legitimidade da pratica.
"Eu acho que é preciso ter respeito. Há uma experiência que mesmo não sendo, não fazendo parte da lei eleitoral, é um movimento que está criando um novo modelo de inserção política das mulheres. As mulheres são minoria nos espaços de poder. Então as chapas coletivas têm sido estratégias eleitorais eficazes no sentido de garantir mandatos, novos mandatos de mulheres participando da política e as Pretas Por Salvador é uma das experiências que é referência no Brasil", comentou Olívia.
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A parlamentar lembrou que o mandato compartilhado por Laina, Cleide e Gleide já estava em prática há dois anos na CMS.
"Eu quero aqui expressar a minha solidariedade à vereadora Laina, a Cleide que é co-vereadora, ela estava no plenário assistindo a sessão, é claro que ela não vai votar num projeto porque quem votaria seria a Laina. Ela que oficialmente é reconhecida como vereadora dentro da lei eleitoral. Mas o mandato dela foi conquistado com co-vereadoras, foram três mulheres. Então elas compartilham o mandato. É uma experiência democrática que a Câmara até agora conviveu com elas e agora acontece esse incidente. É de falta de reconhecimento da experiência e portanto eu acho que a gente tem que rechaçar esse tipo de atitude e defender o respeito a experiência da chapa coletiva".
O vereador Henrique Carballal (PDT), disse que as leis brasileiras não aceita que mais de uma pessoa possa exercer um mandato. A deputada Olívia lembrou que as leis são criadas a partir dos "costumes" praticados pela sociedade.
"Quero lembrar que a lei ela é feita muitas vezes a partir dos costumes. Então a experiência das chapas coletiva é um novo costume, é uma nova forma de experiência que vem cada vez mais se consolidando, tomando corpo no Brasil e que brevemente será conhecida legalmente também. E a gente tem que facilitar esse caminho, a Câmara já é hegemonicamente masculina então se os homens não tiverem a capacidade de entender e respeitar as experiências afirmativas das mulheres ai não adianta chegar no 8 de Março [Dia Internacional da Mulher] ficar fazendo declaração de apoio às pautas das mulheres porque a prática o critério da verdade. Neste momento a prática exige o respeito às Pretas por Salvador. Então expresso aqui a minha solidariedade e rechaço qualquer ataque que essas mulheres possam sofrer no seu direito de existir democraticamente já que o povo de Salvador elegeu as pretas, o povo elegeu a experiência da chapa coletiva, isso não pode ser ignorado", conclui Olívia.
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