DISCUSSÃO
Vereadores divergem sobre PL do Aborto: "Quem tira vida é Deus"
Tema foi debatido durante sessão ordinária da Câmara Municipal nesta terça-feira, 18
Por Gabriela Araújo
A 1º vice-presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), vereadora Cátia Rodrigues (União Brasil), saiu em defesa do projeto de lei que equipara o aborto após 22ª semanas de gestação ao crime de homicídio simples. A parlamentar, que se diz pró-vida, defende que a mulher faça o procedimento no período já estabelecido por lei, isto é, até 20ª semana.
“Eu sou totalmente contra ao aborto, em qualquer época, seja em uma, duas ou três semanas. Mas, por lei, a mulher tem esse direito de fazer. [...]. Eu concordo com essa PL, para mim, o aborto é crime, pois já é vida desde a concepção. Só quem pode tirar a vida é Deus, ele dá e tira”, disse a parlamentar.
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O posicionamento de Cátia surge após a manifestação do vereador Alexandre Aleluia (PL), que iniciou o debate no púlpito da Casa, afirmando ser a favor da proposição que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.
O parlamentar, da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerou a preocupação em torno da proposição como “histérica” e pediu uma posição da CMS diante do assunto.
“O brasileiro é notadamente e claramente contra ao aborto. O nosso povo [a grande maioria] é cristão e preza pela vida e não quer essas atrocidades. O que a gente está vendo hoje é uma preocupação histérica e dosimetria de pena. [...]. [A esquerda] quer é uma narrativa para criar uma ideologia para deixar o coração das pessoas como pedras”, disse o edil, seguindo da aprovação dos vereadores Isnard Araújo, do mesmo partido, e Cátia Rodrigues.
Indo de encontro às falas dos colegas, a vereadora Marta Rodrigues (PT) afirmou que a proposição é um “absurda e conservadora”.
“Como é que um monte de deputados e vereadores vão falar sobre algo que é das nossas vidas? Como é que você vai comparar o homícidio, as crianças, as meninas ou mães a partir das 22ª semanas, você comparar a um crime desse tão grave? É você revitimizar e criminalizar essa mãe ou menina. Ninguém pode decidir. Nenhum projeto deste de irresponsabilidade que está sendo no caráter de urgência”, questionou a petista.
O PL, de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-AL), teve o regime de urgência aprovado, em 23 segundos de sessão, na última quarta-feira, 12. Com isso, o PL já pode ser colocado em votação a qualquer momento.
Em meio à polêmica, no entanto, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pode colocar a medida para ser votada após recesso, em julho.
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