POLÍTICA
Bolsonaro chama Lula de ladrão e dispara: "Jamais passaria a faixa"
Ex-presidente esteve em ato com apoiadores
Por Cássio Moreira

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poupou seu sucessor no Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ataques durante o ato com apoiadores na avenida Paulista, importante cartão-postal de São Paulo, neste domingo, 29. O político se referiu ao adversário como "ladrão".
Bolsonaro afirmou que jamais passaria a faixa presidencial a um "ladrão", e lembrou episódios de corrupção que teriam ocorrido nas primeiras passagens de Lula, presidente pela terceira vez, no Planalto.
“Nomeamos dois comandantes de Forças a pedido desse cara que está no governo agora. Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do governo opositor? No dia 30, algo me fez sair do Brasil. Não era apenas para não passar a faixa? Jamais eu passaria a faixa para um ladrão”, disparou Bolsonaro, que deixou o Brasil dias antes de encerrar seu mandato.
“Me processam, mas não processam por corrupção, por desviar dinheiro da Petrobrás, por assaltar o fundo de pensão do Banco do Brasil ou dos Correios. Não me processam por achar dinheiro em apartamento meu. Ou ter um sítio em algum lugar, ou um apartamento na beira da praia", afirmou em outro momento do discurso.
Anistia
Ainda durante o tempo que falou no microfone, Bolsonaro voltou a defender a anistia política daqueles que estiveram no 8 de Janeiro, como ficou conhecido o movimento de teor golpista que ocorreu em Brasília na primeira semana de 2023. Segundo o ex-presidente, a medida seria a única saída possível para uma pacificação política.
"Anistia é um remédio previsto na Constituição de iniciativa própria do Parlamento brasileiro independentemente dos outros dois Poderes. É o caminho da pacificação", discursou.
O líder da direita conservadora ainda negou qualquer tentativa de golpe de Estado, ato que lhe tornou réu na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Golpe se dá com Forças Armadas, armamento, núcleo financeiro e político, com inclusive apoio fora do Brasil", afirmou Bolsonaro.
Discurso de candidato?
Também presente na manifestação, que teve 12,4 mil apoiadores, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), subiu o tom no discurso ao assumir o microfone, e prometeu tirar o PT do poder no próximo ano.
Dentro da bolha bolsonarista, segundo apuração recente do Portal A TARDE, o nome de Tarcísio é tido como o ideal para concorrer ao Palácio do Planalto contra Lula, dependendo apenas do aval de Bolsonaro.
"Dois anos e sete meses foram suficientes para o pessoal jogar tudo na lata do lixo. Destruíram tudo. O Brasil não aguenta mais a desfaçatez, o gasto desenfreado, a política de campeões nacionais e a corrupção. Quem paga a conta dos juros altos é vocês", afirmou o governador, que continuou.
"O Brasil não aguenta mais o PT. Vamos dar essa resposta no ano que vem, porque vamos nos reencontrar com a esperança e a prosperidade", completou.
Governadores presentes
Tarcísio de Freitas foi um dos quatro governadores presentes na manifestação, que contou também com deputados, senadores e outros aliados de Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia.
Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina; Romeu Zema (Novo), que governa Minas Gerais; e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, completaram o quarteto.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes