Após uma semana, Zambelli acata ordem do STF e entrega arma

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) já entregou sua arma à Polícia Federal, após determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A entrega da pistola Taurus aconteceu na terça-feira, 27, por meio de um familiar da parlamentar, já que ela está viajando.

A ordem judicial já havia sido expedida desde o dia 20 de dezembro, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na solicitação, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, destaca que a deputada “apontou arma de fogo” contra uma pessoa por “desavenças verbais e políticas”, situação que faz necessária a adoção de medidas cautelares que evitem a reincidência de tais atos.

Segundo a assessoria de imprensa da parlamentar, em nota, ela não chegou a ser intimada, mas cumpriu a decisão e disse que irá recorrer.

"Embora não tenha ocorrido a publicação oficial da decisão, Carla Zambelli procedeu com a entrega voluntária de sua pistola Taurus G3C 9mm às autoridades policiais. A deputada federal aguarda uma rápida apreciação de seu recurso, cuja defesa se encontra a cargo dos advogados Karina Kufa e Igor Suassuna. Zambelli ressalta que o porte de arma é essencial para sua proteção, em decorrência de diversos ataques e ameaças que recebe constantemente”, destaca o comunicado.

Perseguição em São Paulo

Na véspera do segundo turno da eleição, dia 29 de outubro, Zambelli sacou arma e perseguiu um homem negro nos Jardins, bairro de São Paulo. De acordo com a decisão do STF, a atitude da parlamentar envolve supostos crimes de porte ilegal de arma de fogo e uso ostensivo, em violação a decreto de 2019 sobre o tema.

Na ocasião, a deputada discutiu com um homem por motivos políticos, já que a vítima tinha posição contrária à bolsonarista. Ela afirmou que foi xingada e empurrada, mas um vídeo mostra que ela tropeçou e caiu, sem ter sido encostada pelo homem.

De acordo com testemunhas, Zambelli entrou em um bar com a arma apontada dizendo "só vou te liberar se pedir desculpa", além de repetir "deita no chão".