Damares baseia denúncia de tráfico infantil em "conversas com o povo"

A ex-ministra e senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves, afirmou nesta quinta-feira, 13, que as denúncias de tráfico infantil e abuso sexual foram feitas com base em "conversas com o povo na rua".

Damares afirmou durante culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), no último sábado, 8, que crianças da Ilha de Marajó, no Pará, são levadas ao exterior e mutiladas com o objetivo de facilitar abusos sexuais.

“O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos, mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada”, disse Damares em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Antes da entrevista, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro afirmou que “relatórios da CPI" da Pedofilia poderiam confirmar a versão. “Vocês querem que eu fale agora o nome da criança, o número do inquérito, o nome do delegado? Eu tenho aqui, eu estou em casa, mas tudo isso está documentado. Eu não estou inventando”, afirmou.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) determinou na última terça-feira, 11, que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informe detalhadamente as denúncias recebidas de 2016 até 2022.

O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) afirmou em nota que nenhuma denúncia envolvendo tráfico de crianças em Marajó tinha relação com os métodos de tortura citados por Damares.