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Deputados do Avante comentam acusação de Janones sobre rachadinha

Baiano Isidório e pernambucano Waldemar Oliveira foram entrevistados pelo Portal A TARDE

Publicado quinta-feira, 07 de dezembro de 2023 às 13:30 h | Autor: Lucas Franco
Isidório e Waldemar são os únicos deputados federais do Avante que não são de Minas Gerais
Isidório e Waldemar são os únicos deputados federais do Avante que não são de Minas Gerais -

Dez dias após a revelação de áudios que apontam suspeita de que o deputado federal André Janones (Avante-MG) pedia parte do salário dos assessores para pagar despesas pessoais, dois colegas de Câmara e correligionários do acusado falaram sobre o tema com o Portal A TARDE.

Únicos deputados federais da legenda de Janones que não são de Minas Gerais, Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) e Waldemar Oliveira (Avante-PE) dizem acreditar que a Justiça fará bem o seu trabalho.

"Acho que ele vai esclarecer tudo em juízo e vai sanar essa questão. Enxergo isso como fruto também da política combativa que ele faz, o que o leva a ser perseguido. Faz parte da política, enxergo com naturalidade", afirmou Waldemar.

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Isidório, por sua vez, alegou que tem acompanhado o caso através dos veículos de comunicação e não enxerga, até o momento, nada que possa desabonar Janones. "É tudo falácia. Justiça, procuradorias e Ministério Público vão tratar sobre o assunto. No mais, a gente tem que orar. Eu oro por todo mundo. Por qualquer autoridade que seja denunciada, para que Deus equilibre e a verdade venha à tona", afirmou o parlamentar baiano.

Independentemente de defender Janones, Isidório diz enxergar que erros podem ter sido cometidos. "O Avante e os demais partidos são compostos por pessoas humanas. Onde há seres humanos, tem o erro. O único político que estando em algum partido não teria falha é Jesus, que não está filiado a nenhum partido", justificou Isidório, que disse estar na política apenas por conta de seu projeto social, a Fundação Dr. Jesus.

"Vamos chegar a 1400 pessoas dependentes de crack, cocaína e mulheres violentadas. Então, eu não posso estar fazendo partido", alegou.

Crescimento do Avante

Para Isidório, a denúncia contra Janones não afeta as metas do partido, que conta com seis deputados federais, quatro deles de Minas Gerais (Bruno Farias, Delegada Ione, Greyce Elias e o próprio Janones). "Até outro dia, o presidente Lula [PT] estava preso como ladrão. Era chamado de maior bandido da história. Mesmo tendo cumprido pena, por causa da máfia feita contra ele, hoje ele é presidente da República. A Justiça não falta a quem acredita em Deus", justificou.

A meta do Avante na Bahia para as eleições de 2024 é fazer por volta de 60 prefeitos, segundo Isidório. Já em Minas, Waldemar Oliveira coloca como objetivo eleger 15 prefeitos e aproximadamente cem vereadores.

Entre outros fatores, o crescimento do Avante está ligado à chegada ao partido do ex-deputado federal pela Bahia, Ronaldo Carletto.

Chegada de Carletto

"Eu brinco dizendo que antes tínhamos uma kombi. Agora, temos cinco mil ônibus", disse Isidório sobre a chegada de Carletto ao Avante. Na última eleição, o ex-PP concorreu à vaga de suplente de Cacá Leão (PP) na disputa pelo Senado no estado. Otto Alencar (PSD-BA) foi eleito ao cargo.

Waldemar também disse enxergar que a chegada de Carletto fortalecerá o partido. "É um nome muito forte, cotado para ser senador", justificou.

Liberdade na votação

Os dois deputados federais entrevistados pelo Portal A TARDE se dizem satisfeitos com a liberdade dada ao Avante nas votações na Câmara.

"O Avante nos dá liberdade total. Agora, o partido sempre tem as orientações de votação, por ser da base do governo, e também caminha junto com o presidente da Câmara, Arthur Lira [PP-AL]. Na minha opinião, é importante seguir as orientações do partido. O ideal é votar todo mundo junto. Eu penso dessa forma", disse Waldemar.

Isidório disse enxergar que liberdade na votação é respeitar a consciência das pessoas. "O Avante é um partido aberto, não é bolsonarista nem lulista. É base de governo e respeita os seus deputados, por isso que cresce. Se o cara gosta de Bolsonaro, vai fazer o que, estrangular o cara?", questiona o parlamentar baiano, que projeta uma bancada com 20 deputados federais na próxima legislatura.

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