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Começa a oitiva de Fernando Leite Siqueira na CPI da Petrobras

Publicado terça-feira, 30 de junho de 2015 às 14:30 h | Atualizado em 19/11/2021, 06:53 | Autor: Daiene Cardoso | Estadão Conteúdo

Começou na tarde desta terça-feira, 30, o depoimento de Fernando Leite Siqueira à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados. Ele é vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras e o segundo ouvido nesta terça-feira pelos deputados.

O primeiro a depor foi o ex-gerente de Segurança Empresarial da Petrobras Pedro Aramis de Lima Arruda, que confirmou a existência de indícios sobre o pagamento de propina da SBM Offshore a funcionários da estatal, entre eles o pagamento de US$ 130 milhões, a título de "comissão", a um intermediário. Segundo ele, não foi possível avançar nas investigações ou estimar o prejuízo com o pagamento de propina. "Estivemos na Holanda e nos Estados Unidos e nada foi passado que caracterizasse participação concreta de funcionários", declarou.

Em abril de 2014, os trabalhos da comissão interna da Petrobras foram encaminhados ao Ministério Público Federal e à então presidente Graça Foster, à Controladoria Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). A participação da SBM em outras licitações foi suspensa. O vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy, disse que o depoimento de Arruda comprova que a Petrobras mentiu ao informar, no ano passado, que não havia fatos que comprovassem o pagamento de propina aos funcionários.

Responsável pela apuração sobre as contratações no Comperj, Arruda falou em falhas de planejamento, variações sucessivas nas estimativas do projeto e direcionamento no processo licitatório. Ele apontou um prejuízo de R$ 1 bilhão pela não conclusão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, que teria hoje só 80% da obra terminada.

Arruda disse que nunca houve percepção por parte da companhia de que havia desvio de recursos e que as poucas denúncias que chegavam, não conseguiam detectar nada de irregular. De acordo com ele, havia um "grande entusiasmo" com o crescimento da empresa e isso pode ter inibido a percepção de que algo errado estivesse acontecendo. "Isso contaminava o corpo da companhia, talvez dificultando a observação dessas coisas", relatou o ex-gerente.

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