SUCESSÃO NO CONGRESSO
Eleições na Câmara: Lira pede a Lula gesto de apoio a Hugo Motta
Caso decida atuar em favor de um candidato, Lula só o fará depois das eleições municipais, de preferência a partir de dezembro
Por Da Redação
Arthur Lira (PP-AL) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um gesto de apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados.
Segundo o jornal Folha de SP, o próprio Lira verbalizou o sentimento em um almoço com Lula, na semana passada. Segundo relatos de dois aliados do presidente da Câmara, o deputado pediu ao petista que declare apoio ou atue para favorecer Motta na disputa.
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Apesar de a costura que alçou o nome de Motta como candidato ter contado com a participação de membros do Executivo e do partido, pessoas próximas ao parlamentar dizem ter recebido com desconfiança sinalizações de representantes do PT e do governo nas últimas semanas.
No último dia 11, Lira, Motta e líderes de sete partidos almoçaram juntos e publicaram uma foto do encontro, num sinal de apoio ao nome do candidato do Republicanos. Após o almoço, o líder do PT, Odair Cunha (MG), divulgou nota afirmando que o presidente da Câmara comunicou que apoiará Motta e que ele levaria esse nome à bancada da sigla para discussão.
Poucas horas depois, no entanto, apagou a nota de seu perfil numa rede social —o texto foi mantido em outra rede. No mesmo dia, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), também candidato, se reuniu com Lula.
De acordo com relatos, Lula afirmou que nem ele nem o PT se comprometeriam com nenhuma candidatura agora e que o presidente da República não tem a obrigação de se envolver na eleição da Mesa Diretora. No dia seguinte, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), esteve com Elmar.
Aliados do presidente afirmam que, caso decida atuar em favor de um candidato, Lula só o fará depois das eleições municipais, de preferência a partir de dezembro.
Além disso, a proximidade de Motta com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, artífice do impeachment de Dilma Rousseff (PT), são apontados como entraves para atrair apoio da esquerda.
Um cardeal do centrão diz que esses “sinais trocados” do PT e do governo geram apreensão, já que havia uma sinalização de apoio ao líder do Republicanos. Outro aliado afirma que é preciso que o Executivo faça algum gesto para mostrar que o “casamento” é para valer. Ele pondera, no entanto, que não cabe a Motta impor um prazo para que isso ocorra.
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