ELEIÇÕES
"Entre os jovens o PT está na era analógica", diz CEO da AtlasIntel
Andrei Roman fez uma análise do desempenho do PT nas eleições municipais
Por Bernardo Rego
Um fato marcou o mundo político nestas eleições municipais. O Partido dos Trabalhadores (PT) teve um desempenho abaixo do esperado nas principais cidades do país, demonstrando que é preciso haver uma mudança ideológica e estratégia política para transformar essa realidade.
O CEO do instituto AtlasIntel, Andrei Roman, conversou com o Portal A TARDE para detalhar as razões do fraco desempenho que ele caracterizou com "preocupante". "Eu acho que é realmente muito preocupante para o PT, porque se o PT enfraquece na Bahia, isso tem implicações nacionais até para uma campanha presidencial por conta da dimensão da Bahia e por conta da margem tão ampla que o PT tinha no estado antigamente", explicou Roman.
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O empresário disse ainda que a situação é alarmante e, na visão dele, há uma necessidade de atualização das pautas do partido. "Eu realmente acho que é muito alarmante para o PT, não apenas no que diz respeito à próxima corrida para governador e apesar da reeleição do governador, mas principalmente em termos do impacto nacional. Sem Bahia, a esquerda perde a eleição presidencial daqui a dois anos. Acho que existe uma certa necessidade de atualização das pautas do partido, as questões mais de valores ideológicos e também entender quais são as origens dessa erosão de popularidade. Há muita coisa a ser lida nos resultados porque, realmente, cidades importantes na Bahia nunca teve um resultado tão fraco", observou Roman.
Roman foi questionado se este desempenho tem a influência dos votos dos jovens. Ele acredita que o partido não consegue se comunicar com esse público. "Eu diria que entre os jovens o partido não conseguisse comunicar. Ainda está na era analógica, não entrou na área digital. Também diria que existe uma certa tentação de negação da realidade, porque pelo que eu vi até agora a comemoração de algumas poucas prefeituras mais no interior, o que é muito natural. [...] Isso é muito pouco quando você perde as cidades realmente importantes onde há uma discussão ideológica. Antes de tudo, o partido precisa fazer uma análise fria e objetiva da situação para conseguir corrigir o rumo enquanto não está tarde demais. Tem uma jornada de oportunidade que está fechando pensando nas próximas eleições de 2026", analisou Roman.
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