POLÍTICA
Ex-presidente do INSS alvo da PF será ouvido por CPMI nesta 2ª feira
Alessandro Stefanutto foi demitido por Lula após deflagração da operação "Sem Desconto"

Por Yuri Abreu

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai ouvir, nesta segunda-feira, 13, o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, demitido do cargo no dia 23 de abril.
Na ocasião, ele foi um dos alvos da operação "Sem Desconto", deflagrada pela Polícia Federal e Conroladoria-Geral da União (CGU). Ela teria autorizado, em novembro de 2023, o desbloqueio em lote de descontos associativos que haviam sido suspensos para combate as fraudes — ao contrário do que havia recomendado a área técnica do INSS.
Ele acabou sendo demitido pelo presidente Lula. Além de Stefanutto, também foi convocado para prestar depoimento André Paulo Félix Fidélis, que era diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS — ele teria ignorado temores de perpetuação das fraudes, conforme a PF.
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Segundo a coluna Radar, da Veja, uma das linhas de questionamento do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), passará, provavelmente, pelo fato de o desbloqueio ter atendido ao apelo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), historicamente ligada ao PT.
Durante o processo de tomada de decisão sobre os pedidos de desbloqueio, a Contag preparou uma relação de benefícios que aguardavam o aval do INSS para processar os descontos da mensalidade cobrada de segurados da autarquia.
Família de suspeito na Farra do INSS tem Porsche de quase R$ 800 mil
A mulher do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Filho, Thaisa Hoffmann, comprou um SUV Porsche Cayenne híbrido de R$ 787 mil em agosto de 2024, enquanto o marido atuava para facilitar descontos de aposentados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A aquisição foi feita por meio da empresa dela, THJ Consultoria.
Entre 2022 e 2024, Thaisa também adquiriu três imóveis dois em Curitiba e um em Brasília, totalizando R$ 3,47 milhões, todos pagos à vista. Virgílio Filho, por sua vez, adquiriu veículos de luxo, incluindo uma Mercedes-Benz GLB 35 AMG e planejava comprar um Audi A5, no valor de cerca de R$ 380 mil.
Investigações indicam que Virgílio recebeu R$ 11,9 milhões de empresas ligadas ao esquema conhecido como “Farra do INSS”, sendo R$ 7,5 milhões repassados à esposa por um lobista identificado como “Careca do INSS”.
O ex-procurador, servidor de carreira da AGU, exerceu o cargo de procurador-geral do INSS em dois períodos, até ser afastado judicialmente em abril de 2025.
Segundo a CGU, Virgílio Filho teve aumento patrimonial de R$ 18,3 milhões, parte proveniente dos pagamentos suspeitos, e teria favorecido a Contag ao permitir descontos associativos em lote, contrariando procedimentos internos.
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