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Ex-secretário reforça à CPI da Covid descaso federal em crise no AM

Publicado terça-feira, 15 de junho de 2021 às 16:08 h | Atualizado em 15/06/2021, 16:33 | Autor: Da Redação
Segundo o ex-secretário, o Ministério da Saúde deu ênfase ao tratamento precoce na crise do estado | Foto: Ag. Senado
Segundo o ex-secretário, o Ministério da Saúde deu ênfase ao tratamento precoce na crise do estado | Foto: Ag. Senado -

Em depoimento à CPI da Covid do Senado nesta terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou que a missão do Ministério da Saúde em Manaus durante a crise no início deste ano deu ênfase ao tratamento precoce.

O ex-secretário evitou contrariar a fala do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,  sobre a data em que o governo federal foi informado sobre problemas no fornecimento de oxigênio no Amazonas, mas reconheceu que ficaram sem respostas ofícios para o ministério para tratar do assunto.

Campêlo presta depoimento nesta terça-feira para explicar omissões no enfrentamento à pandemia no estado. Os senadores também exploraram o papel do governo federal para lidar com a segunda onda da pandemia, em particular a adoção do tratamento precoce e a omissão na compra de oxigênio.

Os membros do grupo majoritário da CPI, formado por senadores independentes e oposicionistas, acreditam que Manaus foi usado como um “laboratório” para o tratamento precoce, com base na hidroxicloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid.

O Ministério da Saúde enviou uma missão nos primeiros meses de janeiro para o estado, que era chefiada pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro, que passou a ser chamada de “Capitã Cloroquina”, por sua defesa do medicamento em eficácia comprovada para o tratamento da Covid.

“Estivemos juntos com o governador participando dessa reunião, com a presença da imprensa e vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce, relatando um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente, chamava-se TrateCov”, afirmou o ex-secretário do Amazonas.

“A visita da doutora, no dia 4, tinha um enfoque muito forte e firme no tratamento precoce. Foi uma reunião gravada, uma reunião aberta, inclusive, à imprensa, onde ela falava isso e falava de um sistema chamado TrateCov a que, depois, nós teríamos acesso”, completou Campêlo.

O TrateCov é um dos focos de investigação da CPI, pois a plataforma sugeria, por exemplo, tratamento com hidroxicloroquina mesmo para crianças. Pazuello e Mayra Pinheiro relataram que a plataforma foi roubada.

Investigado por possíveis omissões, o ex-secretário mantém a versão de que esperava uma balsa com carregamento de oxigênio no dia 9 e que só quando ela não se concretizou é que se deu conta do problema.

Nenhum senador questionou por que ele havia pedido apoio logístico ao governo federal se havia uma programação de entrega da empresa White Martins.

“Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello, no dia 7 de janeiro, por telefone, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio de Belém para Manaus, a pedido da White Martins”, afirmou à CPI.

“No dia 9 de janeiro, quando nós percebemos que haveria um atraso na chegada da primeira balsa prometida pela White Martins, nós enviamos o ofício. E existia uma agenda do Ministro Pazuello, em Manaus, a partir do dia 10 de janeiro. Então, no dia 10 foi relatada a situação dessa preocupação do apoio logístico”, completou.

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