ESTIGMAS
Governadores do Nordeste repudiam falas de Zema e questionam repasses
O documento expõe números que batem com afirmativas do governador de Minas

Por Redação

Após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, desqualificar a contribuição do Nordeste ao Brasil e reforçar estigmas históricos já superados pela força do povo nordestino, governadores do Nordeste manifestaram repúdio nesta sexta-feira, 29, inclusive a Bahia, que é integrada ao Consórcio Nordeste.
O documento expõe números que batem com afirmativas do governador: em 2024, 73% dos recursos do BNDES foram destinados ao Sul e ao Sudeste, enquanto o Nordeste recebeu apenas 10% do total. Minas Gerais, sozinho, foi contemplado com quase a mesma soma destinada a todos os estados nordestinos juntos.
O mesmo se verifica na renúncia fiscal, estimada em R$ 536,4 bilhões para 2025, dos quais mais da metade se concentra no Sudeste e no Sul. Quanto ao endividamento estadual, 92% da dívida está nestas regiões, enquanto o Nordeste responde por apenas 3% do passivo.
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De acordo com os governadores, os dados não apenas desmontam a falácia de que o Nordeste viveria de “privilégios”, como também evidenciam a concentração histórica de investimentos no eixo Sul-Sudeste — desde o ciclo do ouro, passando pela industrialização subsidiada do século XX, até as atuais políticas de crédito. “O Nordeste nunca buscou esmolas: luta, há décadas, por oportunidades justas de desenvolvimento e por políticas que valorizem suas potencialidades”
Ainda conforme a nota, governadores defendem programas sociais como o Bolsa Família e o BPC, que não representam dependência, mas dignidade, proteção social e dinamização da economia local. Cada real destinado às famílias de baixa renda movimenta o comércio, a agricultura familiar e os serviços, fortalecendo a cidadania e a economia baiana e nordestina.
“O Governo da Bahia se manifesta contrário e vigilante a toda forma de racismo, xenofobia e estigmatização regional. O Nordeste não aceitará ser transformado em bode expiatório de disputas eleitorais: nossa cidadania é indivisível e exige respeito, com políticas públicas pautadas em dados e evidências, não em preconceitos e estereótipos.”, disse o governo do Estado.
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