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Governo nomeia baiano João Roma para o lugar de Onyx no Ministério da Cidadania

Publicado sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021 às 19:19 h | Atualizado em 12/02/2021, 21:35 | Autor: Rodrigo Aguiar
Deputado federal baiano João Roma foi chefe de gabinete de ACM Neto na prefeitura
Deputado federal baiano João Roma foi chefe de gabinete de ACM Neto na prefeitura -

Aliado e antigo chefe de gabinete do ex-prefeito ACM Neto (DEM), o deputado federal João Roma (Republicanos) foi nomeado nesta quinta-feira, 12, ministro da Cidadania, o que provocou novas críticas ao democrata, que voltou a negar ser o autor da indicação. A pasta tem grande visibilidade, por ser responsável pelos principais programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

Presidente nacional do Democratas, Neto disse considerar “lamentável” a ida de Roma para a pasta. “A decisão me surpreende porque desconsidera a relação política e a amizade pessoal que construímos ao longo de toda a vida”, escreveu o ex-prefeito de Salvador, no Twitter.

"Se a intenção do Palácio do Planalto é me intimidar, limitar a expressão das minhas opiniões ou reduzir as minhas críticas, serviu antes para reforçar a minha certeza de que me manter distante do governo federal é o caminho certo a ser trilhado, pelo bem do Brasil", acrescentou o dirigente partidário.

Ao comentar a nomeação de Roma pelo presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que Neto, "mostrou hoje o seu caráter".

Procurado, Roma não atendeu ou retornou os telefonemas e mensagens. Em entrevista à coluna Painel, da Folha, disse que precisava "cumprir a missão do partido", ao aceitar comandar o ministério. Roma afirmou também que está sendo afetado por uma briga entre Neto e Maia.

"Ele [ ACM Neto] está aborrecido com minha decisão. Estou sendo afetado por uma briga entre Neto e Rodrigo. Eu precisava cumprir a missão do meu partido", declarou o deputado. "A missão é muito grande. É uma oportunidade de ajudar muita gente. A missão desse ministério é não deixar ninguém para trás e ajudar aqueles que precisam. E é a isso que vou me dedicar", completou.

Presidente nacional do Republicanos, o deputado Marcos Pereira também rebateu a declaração de Maia no Twitter: "Vc sabe que essa sua publicação não está correta. ACM Neto não tem participação nenhuma nessa indicação. Inclusive ele me pediu para não fazer, mas eu não tinha condições de retirar o nome do Roma. Se tiver que colocar na conta de alguém, coloque na minha", escreveu.

Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado Afonso Florence (PT) disse que a nomeação de Roma representa Neto pessoalmente no governo Bolsonaro. "Não tem mais como ACM Neto negar. Ele tergiversa, dizendo que não é uma presença institucional do DEM. Ele conseguiu passar as eleições municipais sem o carimbo de bolsonarista na testa. Ficou em cima do muro e a mídia mordeu essa isca. Todo mundo sabe que João Roma é cria de ACM Neto. ACM Neto elegeu João Roma", declarou o petista.

Neto e Maia estão brigados desde a eleição para a presidência da Câmara. No começo do mês, Maia viu Baleia Rossi (MDB), seu candidato à sucessão, perder a disputa para Arthur Lira (PP), candidato do Palácio do Planalto que contou com o apoio de expressiva parcela da bancada do DEM, após Neto declarar neutralidade do partido no processo.

Amigo do ex-prefeito de Salvador há 20 anos, Maia se disse "traído" por Neto. O presidente do DEM, por sua vez, afirmou que “Rodrigo foi extremamente injusto". Segundo Neto, na véspera da eleição, 16 dos 31 deputados da sigla haviam assinado adesão ao bloco de Lira. "Quem não permitiu que a bancada federal não aderisse a Arthur Lira fui eu. Convoquei a executiva nacional para tirar aquela postura de neutralidade como forma de assegurar a integridade e a unidade do partido e para evitar um vexame para o Rodrigo Maia”, afirmou o presidente do DEM, em entrevista recente à Globonews.

Roma assume no lugar de Onyx Lorenzoni (DEM), que foi deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Entre as atividades relacionadas ao âmbito político, Roma foi assessor do governo de Pernambuco entre os anos de 1991 e 1994 e do Ministério da Administração de 1995 a 1998, além de delegado do Ministério da Cultura para o Nordeste entre 1999 e 2002 e chefe do escritório da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em Salvador, no período de 2002 a 2004.

Para o deputado federal Márcio Marinho, presidente do Republicanos na Bahia, Roma irá desempenhar a nova função com empenho e altivez. “Acredito que o nosso vice-presidente do Republicanos Bahia exercerá suas funções com um trabalho dedicado e honradez em defesa dos brasileiros”, disse Marinho.

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