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POLÍTICA

Lula 80 anos: relembre trajetória do presidente

Petista enfrentou disputas polarizadas, prisão e volta ao poder após 12 anos

Cássio Moreira

Por Cássio Moreira

27/10/2025 - 17:55 h
Presidente Lula completa 80 anos
Presidente Lula completa 80 anos -

Quatro disputas presidenciais para alcançar a primeira vitória, eleição da sucessora para o Planalto, condenação e prisão na Lava-Jato e confrontos polarizados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que completa 80 anos nesta segunda-feira, 27, teve uma biografia marcada por altos e baixos na política. O petista, que chegou ao terceiro mandato em 2022, enfrentou as urnas pela primeira vez em 1982.

Greve do ABC e fundação do PT

Lula ficou conhecido a nível nacional em 1978, durante o governo João Figueiredo (Arena), na ditadura militar, ao liderar a famosa greve do ABC Paulista. O movimento, que durou até 1980, culminando na prisão do líder sindical, alçou Luiz Inácio ao posto de principal liderança dos trabalhadores do país.

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Lula durante greve no ABC
Lula durante greve no ABC | Foto: Acervo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

No mesmo ano, Lula reuniu outras lideranças políticas, intelectuais, artistas e trabalhadores, iniciando os debates que dariam origem ao Partido dos Trabalhadores, o PT. Em fevereiro de 1982, a legenda foi registrada na Justiça Eleitoral, como parte do processo conhecido como 'reabertura política', que dava início ao fim da ditadura.

A grande maioria de nossa população trabalhadora, das cidades e dos campos, tem sido sempre relegada à condição de brasileiros de segunda classe. Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas
Trecho do manifesto de fundação do PT

Em 1982, o PT participou das primeiras eleições diretas do país desde a década de 1960, quando brasileiros foram às urnas para a escolha de governadores. Lula então, pela primeira vez, foi candidato a um cargo, concorrendo ao governo de São Paulo.

Imagem ilustrativa da imagem Lula 80 anos: relembre trajetória do presidente
| Foto: Divulgação | Instituto Lula

Sem conseguir formar uma coligação partidária, Lula teve Hélio Bicudo (PT), que anos mais tarde seria um dos autores do pedido de impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, como vice. O resultado passou longe do esperando, com o petista recebendo 1.144.648 votos (10,77%), ficando na quarta colocação.

Votação recorde e primeira vitória

Em 1986, Lula disputou sua segunda eleição. Desta vez, o líder petista tentou uma vaga para a Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo, sendo eleito com votação recorde na época (651.763 votos). O parlamentar foi deputado constituinte, participando da Assembleia que estabeleceu e promulgou a Constituição Federal 1988, em vigor até os dias atuais.

Eleição presidencial e embate com Collor

Antes de ser eleito presidente em 2002, Lula concorreu ao mais alto cargo executivo em outras três ocasiões. A estreia aconteceu em 1989, na primeira eleição presidencial desde 1960. O candidato petista enfrentou nomes como Leonel Brizola (PDT), Ulysses Guimarães (PMDB), Paulo Maluf (PDS), Ronaldo Caiado (PSD) e Mário Covas (PSDB). Seu grande adversário, no entanto, foi o ex-governador do estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello (PRN).

Luça teve como vice João Paulo Bisol, do PSB. A coligação Frente Brasil Popular contou com PT, PSB e PCdoB. O petista protagonizou com Collor uma das eleições mais polarizadas da história do país.

O candidato do PT contrariou as pesquisas iniciais, que indicavam uma 'disputa final entre Collor e Brizola. No segundo turno, o candidato do PT conquistou o apoio de parte dos postulantes derrotados no primeiro turno, além da classe artística, que se engajou na sua campanha.

Com a promessa de se tornar o 'caçador de marajás', se eleito, Collor partiu para o ataque. Apesar do apoio em massa de estrelas globais a Lula, a Globo acabou sendo acusada de ter manipulado o compacto do debate entre os dois candidatos no segundo turno e favorecer o ex-governador de Alagoas.

Em 17 de dezembro de 1989, os eleitores foram novamente às urnas para escolher o seu presidente. Apesar do engajamento de diversos setores, Lula saiu derrotado.

Resultado da eleição de 1989

  • Fernando Collor de Mello (PRN) - 35.090.206 (53.03%)
  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 31 075 803 (46.97%)

Lula venceu nos seguintes estados:

  • Pernambuco
  • Rio Grande do Sul
  • Distrito Federal
  • Rio de Janeiro

Eleições 1994 e nova candidatura

Vencedor do pleito de 1989, Fernando Collor de Mello não chegou ao final do mandato, sendo alvo de um impeachment em 1992. O então presidente Itamar Franco (PMDB) indicou seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como candidato à sucessão presidencial.

Lula chegou a liderar as primeiras pesquisas de intenção de voto, mas o sucesso do Plano Real, que trazia estabilidade para economia brasileira pela primeira vez em décadas, mudou o cenário eleitoral.

Lula encabeçou a coligação Frente Brasil Popular pela Cidadania, que contou com PT, PSB, PV, PCdoB, PCB e PSTU, tendo como vice o então deputado Aloizio Mercadante (PT).

Diferente de 1989, quando conseguiu polarizar a disputa com Collor e levar para o segundo turno, Lula não obteve o mesmo sucesso, perdendo para Fernando Henrique Cardoso ainda no primeiro turno, com 17.122.127 votos (27,04%). Nesse pleito, o candidato petista venceu apenas no Rio Grande do Sul, na época principal reduto do partido, e no Distrito Federal.

Eleições 1998

Em 1998, Lula foi novamente candidato, travando um novo embate com Fernando Henrique Cardoso. O nome do PT fez uma nova frente ampla progressista, formada por PT, PDT, PSB, PCdoB e PCB.

O político e sindicalista teve como vice Leonel Brizola, ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, em uma aliança de esquerda celebrada na ocasião. Apesar da união, a chapa foi derrotada mais uma vez no primeiro turno, com 21 475 211 votos (31,71%).

Eleições 2002 e primeira vitória

Principal opositor do governo FHC, Lula se credenciou, mais uma vez, como candidato do PT à presidência da República nas eleições de 2002. Diferente dos três processos eleitorais anteriores, o pré-candidato teve que enfrentar Eduardo Suplicy nas prévias.

Apesar do novo desafio, Lula saiu vitorioso da discussão interna, sendo escolhido candidato com 84.4% dos votos petistas. Assim, o candidato dava início a um movimento que tinha como objetivo acenar para setores mais conservadores, como o setor empresarial, que resistia ao seu nome.

O primeiro gesto foi a escolha de José Alencar, famoso empresário e senador por Minas Gerais, do PL, sigla de centro-direita. A aliança não foi vista com bons olhos pela ala à esquerda do PT, mas acabou se consolidando.

Os acenos para o empresariado rendeu um dos documentos mais importantes da história recente do Brasil: a Carta ao Povo Brasileiro.

O PT e seus parceiros têm plena consciência de que a superação do atual modelo, reclamada enfaticamente pela sociedade, não se fará num passe de mágica, de um dia par ao outro. Não há milagres na vida de um povo e de um país
Carta ao Povo Brasileiro

A coligação 'Lula Presidente', encabeçada por Lula e José Alencar, contou com PT, PL, PCdoB, PMN e PCB. O candidato do PT teve como principais adversários José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), indo para o segundo turno contra o tucano.

Capa de A TARDE em 2 de janeiro de 2003
Capa de A TARDE em 2 de janeiro de 2003 | Foto: Cedoc A TARDE | Acervo

Lula então obteve sua primeira vitória, tendo 52.793.364 votos e vencendo em 25 estados e no Distrito Federal. José Serra venceu apenas em Alagoas no segundo turno.

Peço a Deus sabedoria para governar, discernimento para mudar, serenidade para administrar, coragem para decidir, e um coração do tamanho do Brasil para se unir a cada cidadão no dia-a-dia dos próximos quatro anos
Lula durante sua posse como presidente, em 2003

Governos Lula, mensalão e reeleição

Lula iniciou o primeiro mandato seguindo a linha econômica da gestão anterior, sem grandes mudanças. O foco do Planalto, no entanto, era a linha social, com a criação de programas assistencialistas e enfrentamento de temas sensíveis, como o combate à fome.

Imagem ilustrativa da imagem Lula 80 anos: relembre trajetória do presidente
| Foto: Cedoc A TARDE | Acervo

O Bolsa Família, Fome Zero, Brasil Sorridente e Primeiro Emprego estão entre as principais iniciativas sociais do primeiro mandato. Na contramão, a política econômica do governo contrariou a ala 'radical' do PT.

O estopim foi a reforma da previdência proposta por Lula, que resultou na saída de um grupo de parlamentares, liderado pela então senadora Heloísa Helena, fundando o Psol. Ainda no primeiro mandato, o governo enfrentou o escândalo do mensalão, que colocou em xeque a sua campanha para o segundo mandato, em 2006.

Com alta popularidade, apesar dos problemas citados, Lula foi ao segundo turno contra Geraldo Alckmin, hoje seu vice-presidente. O petista foi reeleito com 58 295 042 (60.83%), a maior votação da história de um presidente no Brasil.

Com um segundo mandato marcado por reforço das políticas econômicas e sociais, Lula conseguiu eleger sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que não viria a terminar seu segundp mandato, alvo de um impeachment em 2016.

Lava-Jato e prisão

Com o PT fragilizado e fora do poder, Lula se tornou o principal alvo da operação Lava-Jato, que tinha como objetivo desmantelar um esquema de corrupção. O agora ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, hoje senador pelo Paraná, sendo preso em 2018.

Condenado e preso, Lula foi impedido de concorrer a um terceiro mandato presidencial em 2018. O político foi solto em 2019, mas só recuperou seus direitos políticos em 2021, se colocando como pré-candidato a presidente para o pleito de 2022.

Aliança histórica, eleição polarizada e vitória

Lula oficializou sua candidatura a presidente em 2022. A aliança, conhecida como 'frente ampla', contou com Geraldo Alckmin (PSB), seu ex-adversário, como vice. A disputa foi polarizada entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A campanha ficou marcada pelos embates entre os dois principais atores políticos do país no momento. O primeiro turno desenhou o que seria a campanha final protagonizada pelo petista e pelo líder da direira conservadora.

Na eleição mais polarizada desde a redemocratização, Lula e Bolsonaro foram ao segundo turno. O petista venceu com margem apertada, obtendo 60.345.999 votos, contra 58.206.35 do então presidente.

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