Lula volta a defender taxação dos mais ricos após derrota na Câmara

Um dia depois de sofrer uma derrota na Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a taxação dos mais ricos e criticou a resistência do Congresso em aprovar medidas que aumentam a arrecadação sobre grandes fortunas e lucros.

Durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Lula disse que quem ganha muito e paga pouco precisa contribuir mais com o país.

“A taxação que a gente queria fazer era para os bilionários deste país, aqueles que ganham muito e pagam pouco. Vocês não podem ficar quietos, porque vão receber o salário de vocês. Quem ganha até R$ 5 mil não vai pagar mais imposto de renda neste país, mas quem ganha mais paga até 27,5%. Se o trabalhador pode pagar 27,5%, por que o Ricardo não pode pagar 18%?”, disse o presidente.

A fala ocorreu após a Câmara rejeitar a Medida Provisória que previa o aumento de tributos para elevar a arrecadação federal. A proposta perdeu validade nesta quinta-feira, 9, sem ser votada no mérito. Antes disso, por 251 votos a 193, a maioria dos deputados aprovou a retirada do texto da pauta, impondo nova derrota ao Planalto.

O governo apresentou a medida provisória em julho, após a polêmica gerada por um decreto que aumentava o IOF em várias operações financeiras. A norma presidencial enfrentou forte resistência política e acabou sendo revogada, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha posteriormente validado parte do texto, reconhecendo sua legalidade.

Inauguração da BYD na Bahia

A instalação da fábrica da BYD em Camaçari representa um marco para a economia baiana. Com um investimento de R$ 5,5 bilhões, a empresa promete gerar milhares de empregos diretos e indiretos.

• Capacidade de produção: Inicialmente, a fábrica terá capacidade para produzir 150 mil veículos por ano, com planos de dobrar esse número até 2026.
• Empregos: A previsão é que a fábrica de carros elétricos chegue a empregar mais de 20 mil pessoas até o final de 2026, superando a Ford.
• Expansão: A longo prazo, a BYD estuda a possibilidade de ampliar a produção para 600 mil veículos anuais.