POLÍTICA
Nikolas Ferreira ataca Moraes após manutenção do IOF
Ministro do STF decidiu manter decreto presidencial
Por Cássio Moreira

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais nomes do bolsonarismo, usou as redes sociais para fazer ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o magistrado decidir manter o decreto presidencial que aumenta o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), nesta quarta-feira, 16.
No post, Nikolas chamou o STF de "assessoria jurídica" do Palácio do Planalto, e afirmou que, em tom de sarcasmo, que o Congresso Nacional, que votou pela derrubada do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deveria ser fechado.
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“Alexandre de Moraes derruba a decisão do Congresso restabelecendo o aumento do IOF. A partir de hoje a Constituição foi alterada e temos somente dois Poderes: O Executivo e a Assessoria Jurídica do Governo, mais comumente chamada de STF. O Congresso Nacional pode fechar já”, escreveu Nikolas Ferreira no X, antigo Twitter.
Manutenção do IOF
Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira, 16, a manutenção do decreto do presidente Lula (PT) que garante o aumento do IOF, decisão que havia sido derrubada pelo Congresso Nacional no final de junho.
No começo deste mês, Moraes suspendeu o decreto e a mudança feita pelos parlamentares, até que fosse analisado o desvio de finalidade do texto. O único trecho que permanece suspenso versa sobre as operações de risco sacado, como era previsto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Risco sacado é o nome dado ao adiantamento dado pelos bancos aos empresários varejistas que vendem de maneira parcelada. A alteração no trecho havia sido recebida com apreensão por setores do comércio brasileiro.
Principais pontos sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
O que é o IOF?
Tributo federal que incide sobre operações financeiras, como crédito, câmbio, seguros e investimentos.
Objetivo principal
Regular a economia e arrecadar recursos para o governo. Também é usado para controle monetário, como incentivo ou desestímulo ao crédito.
Quem paga o IOF?
Pessoas físicas e jurídicas que realizam operações financeiras sujeitas à cobrança do imposto.
Operações onde o IOF é aplicado:
- Empréstimos e financiamentos: IOF incide sobre o valor total do crédito.
- Câmbio: Aplicado na compra e venda de moeda estrangeira.
- Seguros: Incide sobre o valor dos prêmios pagos em seguros.
- Investimentos: Incide sobre aplicações de renda fixa e variável em casos específicos, principalmente no curto prazo.
Alíquotas variáveis
- As alíquotas mudam conforme o tipo de operação e o prazo. Exemplos:
- Crédito para pessoa física: até 0,0082% ao dia + 0,38% fixo
- Câmbio para viagens internacionais: 5,38%
- Seguros: varia entre 0,38% e 25%
- Cobrança diária ou pontual
- Pode ser cobrado uma única vez (como no câmbio) ou diariamente (como em operações de crédito).
IOF em cartões de crédito internacionais
- Compras no exterior com cartão são taxadas com 5,38% de IOF sobre o valor da fatura convertida.
- Mudanças e ajustes por decreto
O Executivo pode alterar as alíquotas via decreto, como tentativa de ajustar receitas, mas essas mudanças podem ser derrubadas pelo Congresso — como ocorreu no caso recente.
Isenções e exceções
Algumas operações são isentas, como empréstimos entre cooperativas e transferências internacionais entre contas da mesma titularidade.
Relevância fiscal
Apesar de representar uma fração da arrecadação federal, o IOF é uma ferramenta estratégica por sua flexibilidade e impacto imediato.
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