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"O fato é que não está funcionando", avalia Meirelles sobre gestão de Guedes

Publicado sábado, 23 de outubro de 2021 às 12:47 h | Atualizado em 23/10/2021, 13:11 | Autor: Da Redação
Meirelles ainda avaliou como um retrocesso a possibilidade de furar o teto de gastos | Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil
Meirelles ainda avaliou como um retrocesso a possibilidade de furar o teto de gastos | Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil -

O ex-ministro da Fazenda e criador do teto de gastos, durante a gestão de Michel Temer (MDB), Henrique Meirelles falou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, neste sábado, 23, que a gestão de Paulo Guedes, a frente do Ministério da Economia, não está funcionando. Ele também pontuou que é difícil saber os motivos que levaram o ministro a querer furar o teto de gastos.

"Posso ter opiniões, palpites. O fato é que não está funcionando. O por quê, exatamente, já fica um negócio complicado [...] Ele tem, de fato, dificuldade grande de lidar com o Congresso, mas o fato é que a própria administração econômica não vai bem. Por exemplo, a declaração dele de que vão pedir waiver do teto. Waiver lembra dos piores tempos do Brasil. A última vez que o Brasil pediu waiver foi do FMI. Quando o país estava quebrado. E do jeito que está, caminha para isso", afirmou.

Questionado se o poder legislativo poderia representar uma parte do problema em relação a gestão do país, o ex-ministro afirmou que sempre será, uma vez que existe a necessidade de lidar com pessoas de diferentes regiões e, consequentemente, interesses distintos.

"O Legislativo, como sempre é (um problema), em qualquer circunstância em qualquer país, um grupo grande de pessoas, cada um representando sua região, seu estado, seu setor, seus interesses, é normal isso", explicou Meirelles.

Atualmente na Secretaria da Fazenda e Planejamento do governo de São Paulo, Meirelles que sua experiência no cargo federal também teve diversos momentos onde sofreu pressões e questionamentos. No entanto, ele resolveu com "conversa franca, objetiva e firmeza".

"Quando eu apresentei a proposta de teto de gastos de 2016, não só aqui, mas também os investidores no exterior, me diziam que não ia ser aprovado nunca, que eu estava propondo que o parlamentar limitasse a própria capacidade de gastar [...] Eu fui ao Congresso, fiz reuniões com bancadas de duas horas de duração. E funcionou. Foi aprovado. É preciso determinação, clareza e firmeza", contou o secretario.

Sobre a ideia de romper o teto de gastos estipulado, Henrique Meirelles avaliou como retrocesso. "Eu acho que, de fato, romper o teto seria um retrocesso enorme. Nós corremos o risco de voltar ao tipo de recessão que tivemos em 2015 e 2016. Tão simples quanto isso", concluiu.

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