RECADO
Paulinho da Força faz ameaça a texto do IR se Anistia não tiver apoio
Relator do PL da Anistia na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP) deu declaração após ouvir de petistas que matéria não teria suporte

Por Yuri Abreu

O relator do chamado "PL da Dosimetria", Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou que o projeto de isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil não deve ser votado até as discussões sobre o texto que propõe a redução de penas para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023 sejam superadas.
A fala do parlamentar aconteceu na quarta-feira, 24, após reunião com deputados do PT para falar sobre a matéria. Segundo O Globo, ele teria ouvido da bancada que não apoiará o texto que está sendo construído. Depois do encontro, petistas teriam saído da reunião, aos gritos de “sem anistia” e de “sem dosimetria”.
"Eu vou falar com [o presidente da Câmara] Hugo Motta ainda hoje para acertar o calendário da votação, mas acho que é possível votar na próxima terça-feira. Acho até que se não votar isso, não vai votar IR", declarou Paulinho.
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Na terça-feira, 23, Paulinho se reuniu com o PL e disse que a proposta alternativa à anistia "tiraria da cadeia" os presentes no 8 de janeiro de 2023, mas beneficiaria também o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar a trama golpista. O relator também se reuniu no mesmo dia com o MDB e o Republicanos e disse que, nessas duas bancadas, a maioria dos deputados se manifestou a favor da ideia de redução de penas.
Tumulto
O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), reclamou da possibilidade da Câmara vincular a votação do IR com o projeto alternativo à anistia. "Na reunião do colégio de líderes ficou acertada a votação na próxima quarta-feira da tributação dos mais ricos. Isso é uma pauta vinculada à vida do povo. Se a gente tumultua colocando um tema como esse, tanto anistia, quanto revisão de penas, a chance da gente não votar Imposto de Renda é grande", afirmou.
O petista ainda declarou que a bancada bolsonarista não concorda com a redução de penas em vez de anistia e apontou que há uma articulação da oposição para ampliar o escopo do projeto durante a tramitação no plenário. "Nós sabemos que quando for discutida a revisão de penas, que a gente é contra, vai ter um destaque do PL, com anistia ampla, geral e irrestrita", acrescentou.
Apesar dessa movimentação, há uma avaliação, mesmo dentro do PT, de que Paulinho reunirá apoio suficiente em outros partidos para que um relatório focado em redução de penas seja aprovado pela Câmara.
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