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PROPOSTA POLÊMICA

PEC das Praias representa retrocesso ambiental, diz MPF

Medida seria analisada no Senado na quarta, 4, mas foi adiada para a próxima semana

Por Redação

05/12/2024 - 10:01 h
Praia de Piatã em Salvador (ilustração)
Praia de Piatã em Salvador (ilustração) -

O Ministério Público Federal (MPF) reforçou seu posicionamento contrário à PEC das Praias que tramita no Senado. Em nota divulgada na quarta-feira, 4, a Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF aponta que a aprovação da emenda constitucional geraria impactos socioambientais graves.

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A medida, que visa a transferir terrenos de marinha – terras da União no litoral – para estados, municípios e ocupantes particulares, seria analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta, mas foi adiada para a próxima semana.

Para o MPF, a emenda constitucional tende a causar a privatização das praias, ao permitir que empresas de diversos setores passem a ter domínio sobre esses territórios, como resorts e hotéis. Na prática, o cercamento dos terrenos, que não mais estariam sob a fiscalização da União, excluiria parte da população que não tem condições de pagar pelo acesso aos locais mais valorizados, prejudicando o acesso a bens de uso comum.

O MPF sustenta que, ao possibilitar a restrição de uso coletivo das praias, a proposta viola inevitavelmente direitos e garantias individuais de grande parte da população brasileira, ferindo cláusula pétrea que impede que direitos e garantias individuais sejam abolidos.

“A Constituição estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, destaca trecho do documento.

A nota enfatiza ainda que o avanço desordenado da urbanização tem o potencial de prejudicar a qualidade ambiental e de saúde da população. Para o MPF, a proposta não leva em conta as diversas populações que habitam as áreas costeiras, bem como seu papel na manutenção da paisagem em termos estratégicos e funcionais. Além disso, ao prever a extinção da faixa de segurança, a medida não considera a emergência de eventos climáticos extremos e nem o aumento dos riscos de erosão e de inundação nos terrenos localizados no litoral, por conta da expansão da ocupação das áreas costeiras.

Em setembro, a Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral do MPF (1CCR) já havia enviado ao Senado nota técnica contrária à PEC das Praias. No documento, elaborado pelo Grupo de Trabalho Terras Públicas, o MPF sustentou que, além dos prejuízos socioambientais para a população, a iniciativa representaria riscos à segurança nacional e à segurança pública.

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Tags:

ccj mpf PEC das praias retrocesso ambiental Senado

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