NOVA DIREÇÃO
Rede Sustentabilidade quer mais protagonismo em 2026
Partido busca atrair deputados e projeta conquistar 10 cadeiras a mais que as duas que hoje ocupa na Câmara
Por Alan Rodrigues

No encontro da executiva nacional, realizado nos últimos dias 8 e 9 em Brasília, a Rede Sustentabilidade definiu as metas para o processo eleitoral do ano que vem. O partido deve seguir na federação com o PSOL mas quer ampliar sua participação nas decisões e também o número de representantes na Câmara Federal.
“A tendência é que a gente continue federado, mas numa construção com mais mãos. Não vai ter mais a imposição de um campo do PSOL sobre o outro que vai levar a gente a reboque. Nós teremos muito mais autonomia junto à federação”, projeta Marcelo Carvalho, porta-voz da Rede na Bahia.
A vitória de Marcelo, bem como do porta-voz nacional, Paulo Lamac, simboliza uma mudança na condução dos rumos da Rede, mas não necessariamente uma ruptura. O grupo de Marcelo e Lamac é liderado pela ex-senadora Heloísa Helena e chegou ao comando do partido derrotando os candidatos apoiados pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Marina, eleita por São Paulo, e Túlio Gadelha, de Pernambuco, foram os dois deputados eleitos pela Rede em 2022. Com a nomeação de Marina para o ministério de Lula, Luciene Cavalcante, do PSOL, assumiu o mandato.
Para aumentar a força da federação e do partido, a estratégia na nova executiva é eleger 12 representantes, independente dos candidatos eleitos pelo PSOL. Hoje, os dois partidos juntos ocupam 14 cadeiras no parlamento brasileiro.
Posse
A Rede Sustentabilidade não planeja nenhuma candidatura nacional, mas acredita que possa disputar a eleição majoritária em pelo menos dois estados, ainda guardados a sete chaves. E para ampliar a participação do partido na federação e na Câmara, a legenda conta com a liderança de Heloísa Helena.
“Importante destacar a liderança principal do grupo majoritário do partido, que é a ex-senadora Heloísa Helena, que está percorrendo o país inteiro para conseguir fazer com que o partido Rede tenha capacidade de seguir avançando nas suas pautas”, diz Marcelo Carvalho.
Heloísa, aliás, estará presente com Paulo Lamac na posse de Marcelo Carvalho e do diretório estadual, no próximo dia 25, no Grande Hotel da Barra. No plano nacional, a Rede tem sondado parlamentares de outros partidos para fortalecer as suas chapas.
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Glauber fica
O movimento contrário também existe. PSDB e Cidadania têm feito contato com Marina e Túlio, mas Marcelo Carvalho acredita que eles devam permanecer na legenda. “Somos base do governo Lula, apoiamos a isenção do IR (para quem ganha até R$ 5mil) e queremos uma aliança para barrar o avanço da extrema-direita no país inteiro”, diz Carvalho, apontando as convergências entre os dois grupos em oposição no partido.
“Nossa maior vontade é conseguir fazer o maior número de deputados federais para contribuir com a sociedade. Acabar com esse Congresso da maneira que está, conservador, um Congresso achacador, que parte pra cima da população mais carente e esquece daqueles que muito têm dinheiro e não querem contribuir”, acrescenta o porta-voz da Rede na Bahia.
Sobre a possibilidade de Heloísa Helena assumir o mandato de Glauber Braga (PSOL), que enfrenta processo de cassação no conselho de ética da Câmara, o dirigente é taxativo. “Queremos que Glauber fique”, diz Marcelo, reforçando que Heloísa deverá ser novamente candidata a deputada federal pelo Rio de Janeiro.
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