FALOU DEMAIS?
Valdemar recua sobre golpe, mas não convence bolsonaristas radicais
Presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro divulgou nota após repercussão negativa de fala dele sobre existência de golpe de Estado

Por Redação

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, voltou atrás e publicou uma nota, nesta segunda-feira, 15, em que descartou a tentativa de golpe de Estado no país em 2023. O recuo veio após, o dirigente afirmar o oposto, no último sábado, 13. Porém, diante da repercussão negativa, especialmente junto a ala mais radical do bolsonarismo, acabou mudando o tom.
“Durante um evento realizado no interior de São Paulo, uma declaração minha acabou sendo interpretada de forma equivocada e gerou repercussão. Por isso, considero importante esclarecer de maneira objetiva o que foi dito. É claro que eu não falei nesse sentido. Minha fala foi feita com uma condicionante: se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… Foi no campo do imaginário", disse.
“E está claro: nunca houve planejamento, muito menos tentativa. O próprio ministro do Supremo, Luiz Fux, já confirmou isso. O que precisa ficar registrado é que não houve golpe. O presidente Bolsonaro sempre deixou claro que não aceitaria nada fora da Constituição. Ele recuou de qualquer ideia nesse sentido e conduziu a transição de forma democrática. Esse é o fato”, completou Valdemar.
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Há dois dias, durante participação em um evento na cidade de Itu, interior de São Paulo, ele afirmou que houve um planejamento de golpe no Brasil, mas negou que tenha acontecido um crime relacionado ao movimento. "Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil a lei diz o seguinte: ‘se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime’. O golpe não foi crime."
Reações
Na ala mais radical entre os que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a fala de Valdemar foi malvista. "Ele é mestre em dizer o que pensa, em geral contra a direita, e depois desdizer quando pega mal. Centrão sem posicionamento é sempre assim. Igual folha morta ao vento. Para o lado que ele sopra, não importa qual, vai", disse ao jornal O Globo o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP).
Em uma postagem no X, o advogado Paulo Figueiredo, que ao lado com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), articula junto ao governo estadunidense sanções contra o Brasil, criticou a declaração de Valdemar. “Como eu sempre digo: não estamos nesta merda de dar gosto à toa”, disse.
Também através da plataforma, Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência na gestão de Bolsonaro, criticou Valdemar. "Hoje, deu um 'conselho gratuito': "Quando não se tem o que falar, é óbvio que é melhor não falar. Abrir a boca sem mínima preparação vai errar SEMPRE".
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