POLÍTICA
VLT Salvador: 1,4 tonelada de sardinha transforma a renda de marisqueiras
Junto a projeto do modal, marisqueiras e pescadores lucraram com a venda para uma rede hoteleira
Por Flávia Requião

Antes mesmo da inauguração da Unidade de Beneficiamento no Porto das Sardinhas, atrelado ao projeto do VLT de Salvador, marisqueiras e pescadores da capital baiana já lucraram com a venda direta de 1,4 tonelada de sardinha para uma rede hoteleira. A intermediação foi feita pelo Instituto Ori – que promove desenvolvimento social e sustentável por meio da ecogastronomia e da conservação ambiental.
“Então essa comercialização que a gente conseguiu fazer antes da Unidade do Beneficiamento… conseguimos reunir os pescadores que estavam participando do projeto e vimos a oportunidade de vender por um preço mais justo, próximo ao valor que eles vendem ao consumidor final em pequena escala”, explicou o engenheiro de pesca José Carlos Bezerra, do Instituto Ori, em conversa com o Portal A TARDE.
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“Foram três remessas, totalizando 1.400 kg e gerando quase R$ 17.600, livres para os pescadores. Em média, cada um recebeu entre R$ 300 e R$ 400”, completou.
Ele destacou ainda o impacto do programa: “Além de gerar renda imediata, estamos capacitando os trabalhadores para atuar na futura Unidade de Beneficiamento e também desenvolver produtos de valor agregado, como bolinhos de sardinha e biojoias feitas com escamas, que antes eram descartadas. É uma forma de transformar oportunidades em crescimento sustentável para a comunidade.”
Programa social e capacitação
Profissionais de comunidades como Gamboa de Baixo, Paripe e Plataforma receberam treinamento em boas práticas de manipulação de alimentos e organização comunitária, por meio do programa conduzido pelo Instituto Ori. A iniciativa combina desenvolvimento social e geração de renda, preparando os trabalhadores para atuar na futura Unidade de Beneficiamento e ampliar suas oportunidades de mercado.
Entre os resultados, destacam-se a produção de bolinhos de sardinha e biojoias feitas com escamas, transformando produtos antes descartados em fontes de renda extra. Segundo Bezerra, “um quilo de sardinha, que antes era vendido por R$ 10 a R$ 15, agora pode render até R$ 100 na forma de 50 bolinhos, enquanto cada biojoia é vendida a R$ 10”. A iniciativa também abre novas perspectivas de comercialização local, incluindo merenda escolar e eventos, fortalecendo a economia comunitária.
Interessados em contratar os produtos das marisqueiras e pescadores podem entrar em contato com José Carlos pelo telefone (71) 99611-9904 ou pelo Instagram @institutoori.
Nova sede do Porto das Sardinhas
O Porto das Sardinhas, feira livre de pescados localizada no Subúrbio Ferroviário de Salvador, ganhará uma nova sede próxima à atual, com ligação direta a uma estação do VLT. A estrutura de dois andares contará com áreas para processamento, embalagem, armazenamento, cozinhas, túnel de congelamento, salas de defumação, enlatamento e embutidos, além de instalações administrativas e sanitárias.

José Bezerra destacou que o espaço permitirá a produção de filés, polpa de sardinha e produtos de maior valor agregado, como defumados e enlatados, elevando a qualidade e a renda dos cerca de 200 trabalhadores, que pode aumentar em até 60%.
As obras começaram em 30 de julho, com prazo de um ano e investimento previsto de R$ 2 milhões. Além disso, o VLT terá vagões exclusivos para marisqueiras e ambulantes, garantindo transporte seguro e adequado para seus equipamentos.
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