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“MISSÃO CUMPRIDA”:

Comerciante é condenado a 56 anos por feminicídio brutal na Massaranduba

Homem matou a esposa a facadas e feriu gravemente o enteado de 13 anos

Por Andrêzza Moura e Leilane Teixeira

09/07/2025 - 23:59 h
Imagem ilustrativa da imagem Comerciante é condenado a 56 anos por feminicídio brutal na Massaranduba
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O comerciante Diego dos Santos Andrade, de 38 anos, foi condenado a 56 anos e seis meses de prisão em regime fechado por matar a facadas a esposa, Raquel da Silva Almeida, de 34 anos, e tentar contra a vida do enteado, um adolescente de 13 anos. O júri popular ocorreu nesta quarta-feira, 9, no Fórum Ruy Barbosa.

Sentados paralelamente e em lados opostos, acompanhavam o julgamento a irmã de Diego, Gabriela Santos de Andrade, 39, junto ao marido Paulo; e, do outro lado, a irmã da vítima, Ariele da Silva Almeida, além da madrinha e tia, Edna Celestina Moreira. Elas ouviram do magistrado a sentença condenatória após um dia inteiro de julgamento, que durou cerca de 12 horas.

A Justiça foi feita. Apesar de ela não estar mais aqui entre nós, é uma vitória saber que ele vai ficar preso por 56 anos e seis meses. É uma luta vencida. É a justiça de Deus e dos homens se cumprindo
Edna Celestina Moreira, madrinha e tia de Raquel

O promotor de Justiça Davi Gallo, responsável pela acusação, comemorou o resultado, reforçando que essa era a expectativa devido “à brutalidade do crime” e ao agravante de ter sido cometido contra uma mulher e uma criança.

“A pena foi na medida certa, proporcional ao crime cometido. Esperávamos mais ou menos isso, porque foi muito cruel, praticado de forma covarde. Um feminicídio. Essa pena mostra para a sociedade que o Ministério Público sempre vai correr atrás nesses casos e que é possível ter penas duras. Que os grandes ‘machões alfa’ aprendam a respeitar a mulher e, sobretudo, a vida”, afirmou Gallo. “Foi uma missão dada por Deus e cumprida pelos homens e mulheres dessa terra que têm senso de justiça.”

Júri popular

O júri começou às 9h40 e foi encerrado por volta das 21h33, composto por sete pessoas, sendo cinco homens e duas mulheres. Foram ouvidas as seguintes testemunhas:

Testemunhas da vítima:

  • Policial militar Reis (presenciou a cena do crime)
  • Edna Celestina (madrinha e tia)
  • Ariele da Silva Almeida (irmã)

Testemunhas do acusado:

  • Carla Andrade (irmã)
  • Ivison Cardoso (amigo)

Durante seu depoimento em plenário, Diego afirmou que o crime não foi premeditado. Segundo ele, houve uma luta corporal com Raquel, e a faca teria atingido o corpo da esposa acidentalmente.

"Aí a faca já tinha entrado na barriga dela. Eu tentei fazer com que o menino não visse aquela cena. Tentei tapar a boca dele e o nariz. Talvez, se tivesse desmaiado sem a respiração, não tivesse estado ali."

O réu também relatou que tentou conter o adolescente, mas que, diante da reação do menino, acabou esfaqueando-o. Depois disse que deu uma facada na barriga dela e no pescoço e uma no pescoço e na costela do enteado. Ele afirmou que não se lembra quantas facadas deu nas vítimas e justificou: Disse que estava sob forte emoção e medo após ela ameaçá-lo de chamar traficantes para agredi-lo.

Diego dos Santos Andrade, de 38 anos
Diego dos Santos Andrade, de 38 anos | Foto: Andrezza Moura I Portal A TARDE

Questionado por que não prestou socorro, Diego respondeu: "O meu medo era ser espancado, linchado naquele lugar. Meu desespero na hora era esse, eu não conseguia pensar em nada".

A irmã de Diego, apesar de lamentar o ocorrido, reforçou que esperava pela condenação. "Ele vai pagar pelo que ele fez. A gente tem consciência total de que ele não queria matar, mas que acabou matando a esposa. Ele casou com ela, queria ter filhos com ela, mas aconteceu essa fatalidade. Ele ainda feriu o menino, que tinha como filho. Entendemos que foi uma fatalidade", disse Carla Andrade ao Portal A TARDE.

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Recurso

O advogado de defesa de Diego, Artur Reis, afirmou que irá recorrer da decisão por considera a pena foi "exagerada".

"Iremos recorrer. Entendemos que a pena foi exagerada, que houve um erro no cálculo dessa pena. Mas independente disso, vamos recorrer porque entendemos que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária para a dos autos. A decisão dos jurados não observou os critérios de defesa erguidos por Diego, então nós entendemos que vamos recorrer e vamos reformar essa decisão no âmbito do Tribunal de Justiça da Bahia, o que a gente confia".

Relembre o crime

O crime aconteceu na madrugada do dia 24 de setembro de 2023. De acordo com o próprio acusado, o motivo foi um desentendimento por causa de um ventilador, somado a crises de ciúmes e ameaças.

Segundo Diego, na noite do sábado, 23, Raquel participou de um culto evangélico e, ao retornar, próximo da meia-noite, o casal discutiu porque ele pediu para desligar o ventilador que estava no quarto. Ele disse que estava tossindo e que o aparelho o incomodava.

A discussão se agravou com acusações de traição e, conforme relato, ao tentar desligar o ventilador, Diego tocou o rosto de Raquel sem querer. Ela então teria ameaçado chamar traficantes para agredi-lo.

Com medo, ele disse que ficou na sala, mas cochilou e acordou ao ouvir Raquel vindo da cozinha com uma faca. Eles teriam entrado em luta corporal, momento em que ela foi atingida. O menino, que tentou defender a mãe, acabou sendo esfaqueado. Diego afirmou não se lembrar do número de facadas dadas nas vítimas.

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