SALVADOR
Fórum 50+: especialista destaca importância do envelhecimento ativo nas organizações
Esse é um dos temas que será abordado no Fórum 50+: Longevidade Ativa, Produtiva e de Valor
Por Redação

O aumento da população idosa no Brasil tem trazido grandes desafios, principalmente no setor de serviços, economia, previdência, o que inclui o ambiente corporativo. O envelhecimento ativo é uma proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para otimizar a saúde, a participação e a segurança das pessoas à medida que envelhecem.
Esse é um dos temas que será abordado no Fórum 50+: Longevidade Ativa, Produtiva e de Valor, nos dias 10 e 11 de abril, em Salvador. Entre os destaques do evento, está a palestra magna do Dr. Egídio Dórea, coordenador do Programa de Fomento ao Envelhecimento Ativo da Universidade de São Paulo (USP), com a conferência"Saúde, Longevidade e Vida Ativa e Produtiva".
Em entrevista ao Portal A TARDE, Dr. Egídio falou sobre a importância de integrar a promoção de um envelhecimento saudável e ativo no ambiente de trabalho. Para ele, a produtividade do trabalhador está diretamente ligada ao seu bem-estar físico, mental e social.
“As empresas focam primordialmente na produtividade do trabalhador sem atentar para o fato de que essa produtividade está diretamente associada ao bem-estar pleno do mesmo. Ou seja, para que o trabalhador atinja sua potencialidade, ele deve estar bem do ponto de vista físico, mental e social. A empresa, na qual o trabalhador passa uma parte significativa de sua vida, deve ter uma participação ativa em todo esse processo, não somente em aspectos que ela se relaciona mais diretamente com os resultados no trabalho, como capacitação e renda. Este é o grande desafio, fazer com que o trabalhador se sinta pertencente e valorizado como um todo”, afirmou Dr. Dórea.
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A conscientização sobre o envelhecimento saudável e a importância de políticas públicas eficazes também foi um ponto enfatizado pelo especialista. Para isso, é essencial que a sociedade como um todo se eduque para desconstruir estereótipos negativos e combater o idadismo, um tipo de discriminação que ainda se encontra presente nas organizações.
“Um dos papeis principais das políticas públicas é o de oferecer oportunidades, juntamente com os setores privados, para que as pessoas possam envelhecer de uma forma saudável e ativa, baseados nos pilares saúde, participação, aprendizado e segurança e com isso manter e promover a funcionalidade das pessoas à medida que envelhecem. A desconstrução dos estereótipos negativos e, com isso, a conscientização e combate ao idadismo que está estruturado em nossas organizações e que impede o reconhecimento e a integração dos mais velhos é fundamental”, destacou.
Ao falar sobre exemplos de boas práticas ou experiências bem-sucedidas, Dr. Egídio destacou os resultados positivos dos exercícios, como a adoção de hábitos saudáveis e o aumento da satisfação no trabalho.
“Existem diversas empresas, a nível mundial, e mais recentemente no Brasil que estão acordando para a importância e necessidade de integrar pessoas mais velhas em seu quadro de RH e algumas delas fazem parte do grupo das empresas amigas da idade. Na USP, onde coordeno o programa de promoção de envelhecimento ativo, é um estudo longitudinal, com participação ativa das unidades e que se baseia nos sistemas de metas individualizadas, acordadas no início do programa e revalidadas ao longo do processo", destacou.
"Resultados positivos no controle de doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, obesidade; adoção de hábitos saudáveis como prática regular de exercícios físicos; satisfação no trabalho foram obtidos. E um ponto observado foi um maior engajamento do trabalhador dentro do ambiente de trabalho e impacto fora deste contexto com repercussões no ambiente familiar”, completou.
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