POLÍCIA
"Não contribui para sensação de segurança", diz PM após suspensão de ônibus
Comandante da PM criticou a Semob por suspensões do transporte público em Salvador
Por Luan Julião
Na manhã desta quinta-feira, 23, três localidades de Salvador tiveram o transporte público suspenso devido a registros de violência. A Secretaria de Mobilidade (Semob) justificou a medida como necessária para garantir a segurança de passageiros e rodoviários, mas a decisão foi alvo de críticas do comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Paulo Coutinho.
De acordo com a Semob, o atendimento no bairro Santa Cruz foi suspenso por volta das 8h30 após ameaças de incêndio a ônibus. No bairro Vila Verde, o serviço foi interrompido às 9h, após um tiroteio. Já no bairro Coração de Maria, a circulação de ônibus segue suspensa desde a noite de quarta-feira, 22, também por conta de um tiroteio, com veículos acessando apenas a entrada do bairro.
o comandante-geral da PM questionou o protocolo adotado pela secretaria em casos como esses. Em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, Paulo Coutinho destacou que a suspensão do transporte público prejudica diretamente a população e não reflete a realidade da segurança fornecida pela Polícia Militar.
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"Tem segmentos que contribuem muito, e outros que não. Um deles, que não contribui para essa sensação de segurança, é essa secretaria (Semob). Ela atua de uma forma que me permite dizer: não é sempre da melhor maneira. Quando o sindicato dos rodoviários diz que estamos com a Polícia Militar presente e existe suspensão por parte da Semob, isso é feito em tratativa constante através dos comandos regionais, com a direção. Mas, infelizmente, eles (Semob) têm feito disso um procedimento quase que padrão. Houve um ato de oposição e intervenção policial. Não interessa que exista uma viatura dando segurança. Eles primeiro suspendem, para depois de dois, três dias, voltar. A comunidade é prejudicada", disse o comandante.
Segundo o comandante, as interrupções acontecem mesmo com reforço policial na área.
"A PM está presente, levando segurança. O comandante local diz: "Estamos proporcionando segurança. Não vai acontecer absolutamente nada." Mas isso acontece. Interesses, infelizmente, espúrios levam a essa sensação de insegurança. Porque o ato de oposição à intervenção policial vai acontecer. Se a PM estivesse ausente, teríamos um protocolo institucional. Todas as vezes que isso acontece, existem reforços nessas áreas, através de tropas especializadas. Então, na grande maioria, ou melhor, na totalidade, seria desnecessária essa suspensão", completou.
"Mas ecoa na imprensa que houve suspensão em determinado bairro. Isso aí, depois de uma ação em que começamos a cobrar, volta após 24 ou 48 horas. O grande prejudicado, no fim das contas, é a população", finalizou Coutinho.
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