SALVADOR
Proibição de kits nas praias: banhistas se posicionam sobre PL em Salvador
Projeto aguarda sanção ou veto do prefeito Bruno Reis

Por Jackson Souza*

Frequentadores da praia do Porto da Barra receberam com animação o Projeto de Lei (PL) 21/25 que proíbe a colocação de kits de praia, como cadeiras, sombreiros e mesas, sem solicitação. O projeto aguarda sanção ou veto do prefeito Bruno Reis.
“Eu concordo com esse projeto de lei, porque alguns barraqueiros já tinham a área deles e se você chegasse não deixavam você ficar. E depois que aquilo aconteceu em janeiro, melhoro, afirmou a permissionária Josimara Silva, que já está no local há 15 anos.
A permissionária se refere à regra imposta pela Secretaria de Obras Públicas (Semop) naquele mês, que limitava a quantidade de kits que cada um dos barraqueiros poderia ter, visando que o espaço fosse disponibilizado também para quem não quisesse utilizar o serviço dos permissionários.
Em resposta, os trabalhadores fizeram um protesto onde não disponibilizaram os kits e deixaram a praia livre, o que acabou gerando reação contrária, já que muitos banhistas aprovaram a faixa de areia livre. Atualmente, 30 permissionários atuam no Porto da Barra e cada um possui 10 kits disponíveis, segundo a Semop.
Sobre o projeto de lei, aprovado na última quarta-feira na Câmara de Vereadores de Salvador e de autoria do vereador Alexandre Aleluia (PL), o secretário municipal de Obras Públicas, Décio Martins, afirmou que ainda não teve acesso ao documento, mas acredita ser semelhante às ações já tomada pela pasta que chefia.
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“Já ordenamos dessa forma, e isso nos traz uma segurança jurídica maior para as nossas ações. Temos que dialogar com todas as pessoas: as que querem as cadeiras, as que não querem, os permissionários cadastrados e o papel da Semop é ordenar para que todos possam utilizar”, disse.
Além da disposição dos equipamentos somente mediante solicitação, outro ponto no projeto prevê que se descumprir a determinação, as cadeiras dispostas serão consideradas de uso gratuito, inclusive sem o condicionamento de consumação.
Penalidades nas praias
As penalidades por descumprimento são advertência, multa, apreensão dos materiais e, até a suspensão da permissão ou concessão.
“A maioria das pessoas aqui ninguém não é contra o trabalho de quem fica nas barracas, mas realmente estava insustentável. A gente não estava conseguindo ficar na areia e quem não quisesse pagar era praticamente coagido”, afirmou a advogada Ariele Miranda, que mora em Salvador há pouco mais de um ano.
Turista de Sorocaba (SP), Graziela Cristine também não gostou da experiência. “Fica uma poluição com os sombreiros e as cadeiras. A galera fica muito em cima da gente. Eles ficam ‘puxando’ para alugar as cadeiras”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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