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SALVADOR

Venda de medicamentos em supermercados gera polêmica

Governo federal avalia proposta e vai realizar audiência pública para debater o assunto

Por Ana Cristina Pereira

03/02/2025 - 6:00 h
A farmacêutica Isabela do Valle destaca que, seja qual for o lugar, estabelecimento que comercializa medicamentos deve contar com profissional da área de plantão
A farmacêutica Isabela do Valle destaca que, seja qual for o lugar, estabelecimento que comercializa medicamentos deve contar com profissional da área de plantão -

Os medicamentos isentos de prescrição, agrupados na sigla MIP, estão no centro de um debate que deve render ainda muita discussão. São analgésicos, vitaminas, xaropes e até alguns anti-inflamatórios, entre outros, que podem passar a ser comercializados em supermercados, caso o Projeto de Lei 2158/2023, de autoria do deputado Efraim Filho (União), siga adiante.

A matéria voltou à tona no final do ano, quando a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou ao governo federal algumas propostas para redução no preço dos alimentos e incluiu os MIPs no pacote. Segundo a entidade, a economia, para nós consumidores, seria em torno de 35%. Além de questionar a queda dos preços, o setor de farmácias trouxe outros elementos que devem ser levados em conta, como o perigo da automedicação e o papel fundamental do farmacêutico no local.

Uma audiência pública, ainda sem data definida, foi pedida pelo presidente da Comissão de Assuntos Sociais, o senador Humberto Costa (PT), com a presença de atores importantes, como a própria Abras, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) , Vigilância Sanitária e Conselho Federal de Farmácia, para que cada um deles apresente seus argumentos.

Queda de braço

Segundo o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, essa já é uma proposta antiga, e a justificativa de venda mais barata não se sustenta. “Nós monitoramos a venda de mais de 900 produtos em comum entre farmácias e supermercados, e eles vendem mais caro”, afirma Sergio, acrescentando que é um erro se espelhar em países como os Estados Unidos, que representam “desastre sanitário” mundial.

O representante da Abrafarma também pondera que os supermercados já podem comercializar remédios, desde que montem suas próprias farmácias, sigam as normas sanitárias e exigência de contratar um farmacêutico para orientar os consumidores. “Nós esperamos que o governo leve em conta os argumentos da área de saúde e não os da economia”, reforça.

Em nota, a Abras disse que seu projeto inclui a contratação de farmacêuticos para esclarecer dúvidas dos consumidores e acusou a Abrafarma de está preocupada em manter a reserva de mercado. “As farmácias vendem remédios online e fazem entrega a domicílio. Por que as farmácias podem vender remédios sem receita via online e os supermercados não podem vender remédios sem receita de forma presencial?”, questiona a entidade.

Volta ao passado

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) amplia o debate e diz que, independentemente do local de comercialização, medicamentos devem ser prescritos por um médico após o diagnóstico. “Remédios, mesmo aqueles isentos de prescrição, possuem riscos. Portanto, é necessário evitar a automedicação, pois essa prática pode provocar graves danos à saúde e, no limite, causar a morte dos que tenham esse hábito”, reforçou a entidade através de nota.

Com milhares de seguidores em seu perfil na internet, o médico Drauzio Varella gravou um vídeo no qual faz duras críticas à proposta, que define como “absurda” e que quer nos levar de volta ao passado, quando medicamentos eram vendidos em vários estabelecimentos. “Quantos anos levamos para por ordem nesse mercado? As farmácias hoje são obrigadas a ter um farmacêutico de plantão, e ele está ali para tirar dúvidas, fazer alertas e não para vender remédio”, disse o médico, acrescentando que o Brasil possui uma rede de 90 mil farmácias.

Na rotina do dia a dia, a farmacêutica Isabela do Valle, que trabalha na farmácia Rio Branco, na Piedade, conta que é muito procurada, sobretudo por pacientes idosos, que pedem ajuda para esclarecer a prescrição médica. “Quando eles tomam vários remédios, as vezes se confundem com os horários”, diz Isabela. Para ajudá-los, ela usa várias estratégias, até desenhar um sol e uma lua para indicar se o uso é diurno ou noturno. Também costuma alertá-los para as interações entre os medicamentos e quase sempre é ouvida pelos clientes. Outro ponto levantado por ela é a higienização adequada dos espaços para abrigar os medicamentos.

Do ponto de vista prático, observa a estudante de enfermagem Ana Paula da Silva, seria até bom ter acesso a remédios em grandes redes de supermercado. “Seria mais uma opção”, afirma a jovem, pontuando que só teme que o acesso mais fácil possa levar as pessoas a um consumo sem necessidade. Com mais experiência na área de saúde, a enfermeira Lorena Moutinho acha “complexo” a venda de remédios fora do ambiente controlado das farmácias. “Sabemos que o uso indiscriminado dos medicamentos trazem muitas reações adversas. Os anti-inflamatórios, por exemplo, podem prejudicar o fígado e o rim”, ilustra.

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Tags:

automedicação farmácias medicamentos MIP projeto de lei Regulamentação saúde pública Supermercados

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