BEBA COM MODERAÇÃO
Café faz bem ou faz mal? Saiba quantas xícaras tomar sem complicações
Apesar dos benefícios, especialistas alertam sobre o consumo exagerado de café
Por Da Redação
Quantas xícaras de café você bebe por dia? Se está no grupo daqueles que ficam entre uma e quatro pode continuar tomando seu cafezinho sem maiores preocupações, sobretudo se não abusa do leite e do açúcar. Mas se você costuma passar fácil desta quantidade é bom começar a prestar atenção nas medidas e recomendações médicas para o consumo da cafeína e no seu impacto no organismo.
Um novo estudo feito pela Faculdade de Medicina e Hospital Zydus, na Índia, divulgado na semana passada, apontou que os valores considerados saudáveis para o coração giram em torno de 400 mg (miligramas) diários. De acordo com a pesquisa conduzida pela cientista Nency Kagathara, o consumo regular de cafeína pode perturbar o sistema nervoso parassimpático, levando a um aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores analisaram 92 pessoas saudáveis, com idades entre 8 e 45 anos, medindo a tensão arterial e o ritmo cardíaco antes e depois de praticarem exercícios leves e descobriram que 19,6% deles ingeriam mais de 400 mg de cafeína por dia.
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A principal novidade da pesquisa, segundo o cardiologista baiano Alexsandro Fagundes, é justamente mostrar esta relação entre a possibilidade de efeitos nocivos, no que se refere à pressão arterial, frequência cardíaca e quantidade de atividade do sistema nervoso autônomo, relacionados a uma ingestão de determinada quantidade de cafeína.
“Até então, havia uma ideia sobre os efeitos benéficos do café sobre o sistema nervoso autônomo, sobre a cognição, sobre até mesmo o controle glicêmico, e essa pesquisa traz um alerta, óbvio que não é a palavra definitiva, quanto à potencial dose limite, com chances de reações adversas nestes quesitos”, afirma Alexsandro, que é presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
E essa quantidade, pondera o médico, é até bastante generosa, pois um volume de café variando entre 160 ml a 360 ml, dependendo da intensidade como é preparado, tem em torno de 80 mg de cafeína. Já o café expresso tem o triplo de cafeína que o coado. “Pra gente falar em efeito deletério, ou seja, um consumo de mais de 400 mg/dia, a gente estaria falando de pelo menos uns 5 a 6 copos de café, uma quantidade bastante exagerada”, pontua.
A quantidade estabelecida no estudo, completa o médico, seria segura até para crianças, idosos e pessoas com cardiopatias estruturais. “Não há uma palavra final sobre o assunto, mas a moderação é sempre uma conduta salutar e não há nada a se perder em recomendar a moderação em qualquer tipo de consumo, e com o café não é diferente”, reforça Alexsandro.
Antioxidante natural - Além do equilíbrio, a nutricionista funcional Carol Dias afirma que é importante se pensar na “individualidade biológica” na hora de estabelecer estas quantidades e tentar aproveitar o melhor que o café tem a oferecer, que é seu poder de antioxidante natural, melhorando o fluxo sanguíneo, protegendo as células cardíacas e favorecendo o sistema cardiovascular.
“Talvez para uma pessoa, 400 mg de cafeína seja um exagero, e uma xícara de café após as 15h já atrapalhe o sono, mas para outras pessoas não. Um bom profissional de saúde faz essa avaliação, pois a cafeína irrita a parede do estômago, por exemplo, então, quem tem gastrite não pode tomar. A mesma coisa para quem já tem pressão alta, que deve evitar o consumo. Para crianças e idosos, recomendo não passar de 200 mg/dia”, afirma.
A nutricionista também lembra que é preciso levar em conta a cafeína presente em outros alimentos, como no chocolate; em bebidas como coca-cola e pepsi, chás (preto, verde, branco e o mate) ou em suplementos pré-treinos.
Em relação ao horário da última xícara, pontua, o ideal é não passar das 16h, para não atrapalhar a produção da melatonina, o hormônio que regula nosso sono, já que o café é um estimulante natural. “As vezes, o café é visto como vilão, mas devemos nos preocupar mesmo é com o que adicionamos nele, como o leite, por exemplo, que é muito inflamatório, ou o açúcar e o adoçante”.
No livro O Ciclo da Vida - Como a Nova Ciência do Relógio Biológico pode Revolucionar seu Sono e Sua Vida (Objetiva), o neurocientista inglês Russell Foster traz uma série de reflexões e dicas de como manter o fluxo natural para uma vida mais equilibrada. E dormir bem seria o elemento chave. No capítulo De Volta ao Ritmo, ele aconselha começar o dia com café e ir “tirando o pé do acelerador” depois do almoço, passando para o descafeinado e os chás de ervas para encerrar o dia. “Existe uma considerável variabilidade individual nas reações à cafeína, a depender de fatores como peso, gravidez, medicações, saúde hepática e histórico de consumo da substância. Em adultos sadios, porém, níveis significativos de cafeína permanecem em circulação durante cinco a seis horas depois de ingerida”, destaca na publicação lançada no ano passado.
O lado bom - Outros estudos recentes têm feito considerações interessantes sobre o café nosso de cada dia, com achados positivos no seu consumo. O doutor Alexsandro cita um trabalho publicado no ano de 2022 no European Journal Prevent Cardiologist, que demonstrou que o consumo regular de dois a 3 copos de café diários esteve associado a uma menor chance de desenvolvimento de arritmias do tipo fibrilação atrial. Ele destaca que os autores não recomendaram o estímulo ao consumo da bebida, mas também não condenaram a dieta regular das pessoas que costumam bebê-lo.
Já a unidade de pesquisa Café e Coração, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, divulgou no final do ano passado o resultado de um longo estudo que mostrou que o consumo habitual de café pode prevenir doenças e ainda auxiliar no desempenho físico. O estudo foi feito durante cinco anos, com 150 consumidores da bebida, e revelou que ela pode ser uma das principais fontes de antioxidantes para o organismo, se consumida de forma razoável.
Os participantes do estudo inicialmente ficaram 21 dias sem ingerir café. Em seguida, tomaram café continuamente, 450 ml por dia, em dois períodos de 28 dias. Em cada fase foram realizados exames para medir colesterol, pressão arterial, testes de esteira e de reatividade vascular. Nos testes de esteira, os consumidores de café tiveram melhor performance atlética e maior tempo de exercício, até mesmo nos pacientes com problemas cardíacos.
Antioxidante natural
Além do equilíbrio, a nutricionista funcional Carol Dias afirma que é importante se pensar na “individualidade biológica” na hora de estabelecer estas quantidades e tentar aproveitar o melhor que o café tem a oferecer, que é seu poder de antioxidante natural, melhorando o fluxo sanguíneo, protegendo as células cardíacas e favorecendo o sistema cardiovascular.
“Talvez para uma pessoa, 400 mg de cafeína seja um exagero, e uma xícara de café após as 15h já atrapalhe o sono, mas para outras pessoas não. Um bom profissional de saúde faz essa avaliação, pois a cafeína irrita a parede do estômago, por exemplo, então, quem tem gastrite não pode tomar. A mesma coisa para quem já tem pressão alta, que deve evitar o consumo. Para crianças e idosos, recomendo não passar de 200 mg/dia”, afirma.
A nutricionista também lembra que é preciso levar em conta a cafeína presente em outros alimentos, como no chocolate; em bebidas como coca-cola e pepsi, chás (preto, verde, branco e o mate) ou em suplementos pré-treinos.
Em relação ao horário da última xícara, pontua, o ideal é não passar das 16h, para não atrapalhar a produção da melatonina, o hormônio que regula nosso sono, já que o café é um estimulante natural. “As vezes, o café é visto como vilão, mas devemos nos preocupar mesmo é com o que adicionamos nele, como o leite, por exemplo, que é muito inflamatório, ou o açúcar e o adoçante”.
No livro O Ciclo da Vida - Como a Nova Ciência do Relógio Biológico pode Revolucionar seu Sono e Sua Vida (Objetiva), o neurocientista inglês Russell Foster traz uma série de reflexões e dicas de como manter o fluxo natural para uma vida mais equilibrada. E dormir bem seria o elemento chave. No capítulo De Volta ao Ritmo, ele aconselha começar o dia com café e ir “tirando o pé do acelerador” depois do almoço, passando para o descafeinado e os chás de ervas para encerrar o dia. “Existe uma considerável variabilidade individual nas reações à cafeína, a depender de fatores como peso, gravidez, medicações, saúde hepática e histórico de consumo da substância. Em adultos sadios, porém, níveis significativos de cafeína permanecem em circulação durante cinco a seis horas depois de ingerida”, destaca na publicação lançada no ano passado.
O lado bom - Outros estudos recentes têm feito considerações interessantes sobre o café nosso de cada dia, com achados positivos no seu consumo. O doutor Alexsandro cita um trabalho publicado no ano de 2022 no European Journal Prevent Cardiologist, que demonstrou que o consumo regular de dois a 3 copos de café diários esteve associado a uma menor chance de desenvolvimento de arritmias do tipo fibrilação atrial. Ele destaca que os autores não recomendaram o estímulo ao consumo da bebida, mas também não condenaram a dieta regular das pessoas que costumam bebê-lo.
Já a unidade de pesquisa Café e Coração, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, divulgou no final do ano passado o resultado de um longo estudo que mostrou que o consumo habitual de café pode prevenir doenças e ainda auxiliar no desempenho físico. O estudo foi feito durante cinco anos, com 150 consumidores da bebida, e revelou que ela pode ser uma das principais fontes de antioxidantes para o organismo, se consumida de forma razoável.
Os participantes do estudo inicialmente ficaram 21 dias sem ingerir café. Em seguida, tomaram café continuamente, 450 ml por dia, em dois períodos de 28 dias. Em cada fase foram realizados exames para medir colesterol, pressão arterial, testes de esteira e de reatividade vascular. Nos testes de esteira, os consumidores de café tiveram melhor performance atlética e maior tempo de exercício, até mesmo nos pacientes com problemas cardíacos.
Café descafeinado passa por processo químico
Usado como alternativa por quem quer reduzir o consumo de cafeína, o café descafeinado é feito por um processo industrial de descafeinação dos grãos, ainda verdes, no qual é retirada pelo menos 97% do teor de cafeína. Para isso, os produtores usam água, solventes, ou água com dióxido de carbono.
A maior parte do café descafeinado do mercado é feita usando métodos à base de solvente, o processo mais barato. Um destes solventes, o cloreto de metileno, é motivo de polêmica, pois está na lista das substâncias cancerígenas e é usado em removedores de tinta e de esmalte, além de desengordurantes.
Nos Estados Unidos, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) está pedindo a proibição do produto na descafeinação. Portanto, é bom ler bem o rótulo e caso opte por uma das marcas de descafeinado mais comuns nos supermercados, opte por aqueles à base de água.
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