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14/08/2024 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Isabela Cardoso

BRASIL

Cigarro é responsável por mais de 85% dos casos de câncer de pulmão

Campanha Agosto Branco chama atenção para a prevenção e o diagnóstico da doença que mais causa mortes no mundo

Imagem com características morfológicas de câncer de pulmão
Imagem com características morfológicas de câncer de pulmão -

A campanha “Agosto Branco” chega neste mês com o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico do tipo de câncer que mais causa mortes no mundo: o de pulmão. De acordo com dados de 2023 do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença é a terceira mais comum em homens (18.020 casos novos) e a quarta em mulheres no Brasil (14.540 casos novos), desconsiderando o câncer de pele não melanoma.

Em taxa de mortalidade, o câncer de pulmão também é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres, segundo estimativas mundiais de 2020. No Brasil, a doença foi responsável por 28.618 mortes em 2020 e, no fim do século XX, tornou-se uma das principais causas de morte evitáveis.

Entre os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão o tabagismo, a poluição do ar, histórico familiar de câncer e o contato com substâncias químicas como o asbesto (amianto) e outros metais pesados.

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“A principal causa do câncer de pulmão ainda é o tabagismo, o cigarro, que é responsável por mais de 85% dos casos. O cigarro tem milhares de substâncias tóxicas, mais de cinco mil, setenta delas são cancerígenas, responsáveis por causar o câncer de pulmão. Não só câncer de pulmão, mas o tabagismo também causa câncer de boca, câncer de esôfago, de laringe, outros de cabeça, pescoço, bexiga, além de problemas cardiovasculares”, explica a Dra. Aknar Calabrich, oncologista da clínica AMO, em entrevista ao Portal A TARDE.

Entre os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão o tabagismo
Entre os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão o tabagismo | Foto: Kruscha/Pixabay

Um dos pontos debatidos ultimamente é o uso do cigarro eletrônico. De acordo com a Dra. Aknar, ainda não há evidências que o produto pode causar câncer de pulmão, mas ele possui substâncias que podem ser relacionadas ao risco de desenvolver a doença.

“Já se sabe que existem também substâncias que, quando queimadas no cigarro eletrônico, nesse vapor em altas temperaturas, outras substâncias que estão presentes, como os metais pesados, são cancerígenos. Então, eles podem estar relacionados ao risco de desenvolver o câncer sim. Claro que a magnitude do cigarro convencional é maior do que o carro eletrônico, mas não quer dizer que o cigarro eletrônico não possa estar relacionado, principalmente por ser uma porta de entrada para o tabagismo convencional”, destaca a oncologista.

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Entre os sintomas principais do câncer de pulmão estão: tosse por mais de 15 dias, com presença de sangue ou com piora progressiva; dor torácica persistente não associada a traumas; falta de ar e dificuldade para respirar; perda de peso inexplicada e não intencional.

“Esses são sinais de alerta e tem que procurar um médico, principalmente se esses sintomas persistem por mais de 15 dias, aí tem que levar a investigação. Poucos são os casos que a gente consegue detectar precocemente, por isso a importância de fazer o rastreamento. As chances de cura são muito maiores quando estão detectando histórias iniciais”, pontua a médica.

Diagnóstico e tratamento

O câncer de pulmão normalmente é silencioso e, em sua maioria, diagnosticado em estágios avançados. De acordo com a oncologista, os sintomas iniciais da doença aparecem após três meses, principalmente quando já envolve outras partes do corpo além do pulmão.

“Geralmente, o câncer de pulmão é detectado em estágio mais avançado, quase 80% a 90% dos casos, é um tumor silencioso. Quando ele dá sintomas é porque ele já está envolvendo outros órgãos como a pleura, os ossos, entre outros. Quando é detectado nos estágios iniciais, tem maiores chances de cura. É possível curar quanto mais precoce diagnosticar”, destaca a Dr. Aknar.

A prevenção da doença acontece através do método de rastreamento, ou seja, a realização de exames em pacientes sadios com histórico de cigarro, acima de 50 anos, que fumam ou que pararam de fumar há menos de 15 anos. Nesse sentido, é indicado o exame de tomografia de tórax anual.

Segundo a Dra. Aknar, para casos com diagnóstico de câncer de pulmão detectado, há tratamentos novos e avançados que combatem a doença.

“Hoje nós temos muitos tratamentos novos, a gente chama terapia-alvo, que é uma terapia direcionada para alterações genéticas do tumor. Temos também as imunoterapias, que é o tratamento que ativa o sistema imunológico para combater o próprio câncer. Então, esses tratamentos vieram como pioneiros na área para tratar o câncer de pulmão. Mesmo na doença avançada, em alguns cenários, a gente tem boas perspectivas de controle a longo prazo. A grande maioria deles é disponibilizado na saúde suplementar pelos planos de saúde”, diz a oncologista.

Apenas 15% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão no Brasil estão em etapa inicial da doença, ou seja, apenas esse número pode dar cura total aos pacientes, conforme explica o Dr. César Araújo Neto, médico radiologista, especialista em doenças torácicas. Os outros 85% necessitam fazer tratamento paliativo, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Dr. César Araújo Neto, médico radiologista, especialista em doenças torácicas
Dr. César Araújo Neto, médico radiologista, especialista em doenças torácicas | Foto: Divulgação

“Isso demonstra que há uma necessidade muito grande de fazer o diagnóstico precoce. Esse é o primeiro desafio. O segundo desafio é você identificar um paciente que está nos 85%, que tem doença avançada, fazer o que nós chamamos de estadiamento, que é você identificar se existem lesões em outros sítios anatômicos, seja em outras localidades da caixa torácica ou até mesmo em outras regiões como, por exemplo, o abdômen, o cérebro. O estadiamento é que vai definir a conduta terapêutica e que vai decidir o prognóstico”, complementa o médico radiologista.

Atenção primária

Os especialistas afirmam que a grande prevenção do câncer de pulmão é evitar o tabagismo. No entanto, o Dr. César Araújo reforça a necessidade de políticas de atenção primária com campanhas educativas, principalmente, para a população mais jovem.

“A população mais jovem que ainda não começou a fumar ou ainda está começando. Nós já temos realizado essa tarefa com bastante êxito. O Brasil hoje é um dos países que têm as menores taxas de tabagismo do mundo. Nos anos 80, a taxa de tabagismo era em torno de 40% da população. Atualmente, a taxa de tabagismo no país tem cerca de 9%”, explica o especialista.

De acordo com o médico radiologista, é preciso criar centros especializados em câncer para atender a população vulnerável - e com diagnóstico da doença. Dessa forma, é possível ter ampliação do acesso a tecnologias, tratamentos e equipamentos de alta performance.

“A partir do momento que os sintomas surgem, a média do paciente ter acesso a meios de diagnóstico é de três meses. É preciso que haja um acesso de saúde adequado a serviços especializados. Eu acho também que é preciso racionalizar a distribuição. Nós temos claramente uma distribuição heterogênea no país de tecnologia, de diagnóstico, de tecnologia pra o estadiamento. Você tem a região sudeste concentrando um número extraordinário de equipamentos. Você tem uma região norte onde há escassez de tecnologia para essas funções. Então essa é outra ação que o governo tem que fazer em relação ao SUS”, completa Dr. César.

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