ALERTA
Doenças respiratórias: Bahia registra mais de 5 mil mortes este ano
Inverno mais rigoroso aumerta incidência de casos. Metade das vítimas são idosos acima de 80 anos.
Por Redação

O inverno chegou mais forte este ano na Bahia e as temperaturas mais baixas acenderam o alerta para as doenças respiratórias, que costumam crescer até 30% nessa época do ano.
Entre as enfermidades associadas ao termpo mais frio estão rinite alérgica, asma, sinusite, exacerbações de bronquite crônica, DPOC (doença obstrutiva pulmonar crônica), enfisema pulmonar e pneumonias.
Dados da Sesab mostram que mais de 5 mil pessoas morreram na Bahia este ano por conta de doenças respiratórias. Cerca de 2,5 mil mortos estavam na faixa etária a partir de 80 anos.
Diante deste quadro, o pneumologista e Diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. Guilhardo Fontes Ribeiro, reforça a importância do cuidado para evitar essas doenças durante os períodos mais frios do ano.
De acordo com o especialista, estas enfermidades são mais frequentes neste período porque é comum a baixa umidade do ar, as alterações bruscas de temperatura e o aumento da poluição atmosférica, fatores preocupantes para quem sofre de doenças respiratórias crônicas.
“Além disso, o frio pode ressecar a mucosa das vias aéreas. Quando a temperatura cai, nós suamos menos, tendemos a beber pouca água, o que favorece esse ressecamento da mucosa, deixando-a muito mais sensível a um grande leque de doenças alérgicas e infecciosas, especialmente as virais. Sem contar que durante o inverno, aumenta a poluição, porque a dispersão da poluição não vai para grandes altitudes, irritando ainda mais as vias aéreas, abrindo espaço para as infecções”.
Disseminação
Outro fator que deve ser considerado, segundo o pneumologista, são as aglomerações. “Durante o inverno, as pessoas ficam mais aglomeradas, em ambientes fechados, pouco arejados, o que favorece a disseminação dessas doenças”, observa.
Dr. Guilhardo destaca que as enfermidades mais comuns nesse período podem ser alérgicas ou infecciosas. Entre as primeiras, ele cita a rinite, caracterizada por coriza, espirro, nariz entupido.
“Atrapalha a qualidade de vida, dificulta o sono, deixa as crianças mais agitadas e os adultos mais nervosos. Ela pode complicar porque acumula secreção na nasofaringe, favorecendo a sinusite, que é infecciosa. Então, a pessoa pode ter sinusite, que se manifesta por secreção amarelada, dor facial, dor ocular, eventualmente, uma paralisia facial, dor de garganta, febre”, aponta.
Outro problema extremamente associado é a asma. “O estreitamento torácico, aumento da frequência respiratória, chiado no peito, tudo desencadeado por um fator alérgeno do ambiente, como poeira, cheiro forte, que pode surgir como fator desencadeante”.
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Prevenção
O alerta do especialista é mais importante, sobretudo, para as crianças com idade abaixo de cinco anos e os idosos, porque estão com o sistema imunológico em formação ou já debilitado.
“As alergias e infecções são mais severas nestes períodos. No fim da vida, existe um fator agravante, que são as várias doenças associadas, como doenças cardiovasculares”.
Um maior risco também se apresenta em pessoas obesas. 'Quando eles contraem uma pneumonia, por exemplo, têm grandes chances de desenvolver as formas graves, então é importante ter um cuidado especial', conta.
O pneumologista indica que existem diversas medidas que podem ser adotadas pelos pacientes, como forma de prevenção ou para não agravar um quadro pré-existente.
“A prevenção é o melhor tratamento. Algumas medidas simples podem ajudar a prevenir as doenças respiratórias, como evitar ambientes fechados e sem ventilação, lavar bem as mãos, proteger a boca ao tossir, beber bastante água e evitar o acúmulo de poeira”, diz.
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