SAÚDE
Manjaro diminui compulsão por comida, mas efeito não dura eternamente
Estudo aponta que medicamento pode reduzir a compulsão por comida

Por Redação

Uma pesquisa chefiada pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicada pela revista Nature Medicine na última segunda-feira, 17, buscou entender como os remédios da classe GLP-1/GIG, como a Mounjaro, atuam no cérebro e como poderiam ser utilizados para tratar comportamentos impulsivos, como a compulsão alimentar.
O estudo analisou a atividade cerebral de uma pessoa com obesidade que fazia uso de Mounjaro e mostrou que o medicamento consegue reduzir temporariamente a atividade do "centro de recompensa" do cérebro, ligada à sensação de pensar em comida o tempo todo.
De acordo com os autores, por mais que as descobertas sejam “animadoras”, o estudo ainda é inicial, e, com isso, não se pode chamar de “cura” ou a solução definitiva para os problemas de impulsividade e transtornos alimentares.
Entenda o estudo
O estudo analisou uma mulher de 60 anos de idade com obesidade grave, ela tinha pensamentos insistentes sobre comer, mesmo sem fome e já havia tentado de tudo, como cirurgia bariátrica, mudança no estilo de vida, remédios e terapia. Porém nada funcionou.
A paciente participava de um estudo experimental que envolve implantar eletrodos no cérebro para monitorar, em tempo real, os sinais elétricos que surgem antes dos episódios de compulsão alimentar. Tal técnica, chamada de eletroencefalografia intracraniana, é bem rara, visto que ela exige cirurgias.
Leia Também:
Antes do procedimento, ela começou a tomar Mounjaro para controlar o diabetes tipo 2. E, foi durante este processo que os cientistas tiveram uma oportunidade única: observar como o remédio altera diretamente os sinais elétricos do núcleo accumbens, área do cérebro que regula prazer, motivação e impulsos.

Nos meses iniciais, o núcleo accumbens da paciente esteve “silencioso”, sem os típicos sinais que antecedem o impulso de comer compulsivamente. Somado a isso, ela ainda relatou que o pensamento incessante em comida também desapareceu.
Após cinco meses, os sinais elétricos retornaram, junto com o pensamento constante em comida. Ou seja, o impacto da Mounjaro no cérebro foi real, porém não eterno.
Vale ressaltar que o experimento foi feito em somente uma paciente, por esse motivo que o mesmo não pode ser generalizado.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes



