SAÚDE
Molécula do intestino pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2
Composto TMA reduz inflamação e melhora controle do açúcar no sangue

Por Isabela Cardoso

Um estudo publicado na revista Nature Metabolism revela que a trimetilamina (TMA), uma molécula produzida por bactérias intestinais, pode reduzir o risco de diabetes tipo 2. O composto ajuda a diminuir a inflamação e melhora a resposta do corpo à insulina.
A descoberta é um avanço importante para o tratamento da doença, que ocorre quando o açúcar se acumula no sangue. Ao entender como a microbiota protege o organismo, cientistas abrem caminho para novas terapias baseadas na saúde intestinal.
Como a molécula TMA protege o organismo?
A TMA é gerada quando as bactérias do intestino processam nutrientes como a colina e a carnitina. O estudo demonstrou que essa molécula atua como um "freio" metabólico ao bloquear a enzima IRAK4, responsável por ativar vias inflamatórias no corpo.
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Ao silenciar essa enzima, a TMA permite que as células respondam de forma mais eficiente à insulina. Nos testes realizados com camundongos sob dieta rica em gordura, os animais com níveis elevados de TMA apresentaram:
- Menor inflamação nos tecidos;
- Melhor controle glicêmico;
- Redução da resistência à insulina.
O diferencial: TMA vs. TMAO
Até então, a ciência focava na TMAO (derivada da TMA), frequentemente associada a riscos cardiovasculares. No entanto, este novo estudo destaca que a TMA pura possui um papel benéfico e distinto. Isso prova que a microbiota intestinal produz um equilíbrio complexo de substâncias e que nem todos os compostos bacterianos são prejudiciais.
A importância da microbiota no diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina adequadamente. Embora o tratamento envolva medicamentos e dieta, entender a ligação exata entre o intestino e a inflamação permite o desenvolvimento de futuras terapias baseadas na modulação da microbiota.
Sintomas como sede excessiva, fadiga e visão embaçada são sinais de alerta. Manter o equilíbrio das bactérias intestinais pode ser, no futuro, uma estratégia central para evitar o surgimento da condição.
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