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ALERTA MÉDICO

Pele negra sob a lupa: as verdades que a medicina ainda ignora

Especialistas alertam para os cuidados com a pele negra; indústria avança em passos lentos

Redação

Por Redação

21/09/2025 - 17:49 h
Dermatologistas alertam para cuidados pele negra
Dermatologistas alertam para cuidados pele negra -

Desde a adolescência, o médico Thales de Oliveira Rios convivia com a oleosidade excessiva da pele, acne e suas consequências, principalmente as manchas persistentes que abalaram sua autoestima por anos. Ele disse que tentou diversos tratamentos ao longo do tempo, mas sem sucesso . Até receber um convite mudou tudo.

"Um belo dia, eu resolvi ir ao consultório dele, e a coisa mudou da água para o vinho. Com o tratamento voltado para o meu tipo de pele, os produtos adequados para clarear, o protetor solar certo, em três, quatro meses ficou tudo diferente. Melhorou bastante", contou o médico.

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Homem negro, Thales admite que, até então, nunca havia percebido como a cor da sua pele deveria ser considerada no momento de escolher tratamentos dermatológicos. Isso só ficou claro na primeira consulta com o colega, Cauê Cedar, que é referência no atendimento a peles negras.

"Eu lembro até hoje da primeira consulta, quando ele me mostrou umas imagens de um livro que ele ajudou a escrever, que mostra, por exemplo, a apresentação de certas lesões de pele. Numa pessoa branca, é de um jeito, numa pessoa parda, é de outro, e, numa pessoa de pele preta retinta, é totalmente diferente. A gente não vê isso na faculdade de medicina. Isso está começando a entrar nas discussões do mundo acadêmico há pouquíssimo tempo", conta ele.

Um olhar necessário

O dermatologista Cauê Cedar, que é chefe do Ambulatório de Pele Negra do Hospital Universitário Pedro Ernesto, tem se dedicado a estudar, há anos, as especificidades da pele de pessoas negras e pardas, maioria da população brasileira, mas ainda são ignoradas pela formação médica tradicional.

"Os materiais que educam os médicos são majoritariamente feitos com pessoas de pele clara. Então, muitos médicos não têm um treinamento específico para identificar como as condições podem se apresentar na pele negra", pontou Cedar.

As diferenças são muitas, e vão além da aparência das lesões. Segundo Cedar, a pele negra tem maior propensão a manchas, à formação de queloides e exige cuidados específicos com os cabelos cacheados e crespos.

"E tem algumas especificidades. A pele negra tem mais tendência a manchas, a cicatrização hipertrófica, ou seja, fazer queloide... Tem os cuidados específicos com os cabelos cacheados e crespos. Tudo isso precisa ser treinado. Durante a residência, eu não tive um treinamento específico sobre isso, por mais que fosse uma pauta minha, eu precisava buscar por fora", acrescenta o dermatologista.

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A negligência não é exclusividade da formação médica

"Há muito tempo, a gente sabe da necessidade de passar protetor solar. Mas os protetores solares com cor nunca se adequavam às tonalidades de pele negra, e os protetores sem cor deixavam a pele das pessoas negras com um fundo esbranquiçado, acinzentado.... Isso diminuía a adesão ao uso. Até que a indústria começou a ver que os negros também consomem e começaram a desenvolver produtos adaptados à diversidade da população", ele exemplifica.

Avanços e representatividade

Apesar do atraso histórico, há sinais de mudança. Este ano, pela primeira vez, o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia incluiu uma atividade inteiramente voltada ao cuidado da pele negra. A seção fluminense da entidade também criou recentemente o Departamento de Pele Étnica, que conta com a coordenação de Cauê Cedar.

Regina Schechtman, presidente da regional do Rio, disse: "Qualquer médico ou profissional da área de saúde deve acrescentar esse conhecimento a sua prática. A dermatoscopia, por exemplo, que é o exame mais básico que a gente faz, é totalmente diferente em cada tom de pele, e os médicos precisam saber interpretar", acrescenta.

Ela enfatizou ainda que problemas de pele podem afetar muito a autoestima dos pacientes e que o maior órgão do corpo humano também pode trazer alguns perigos. "Há muitas doenças de pele, e a mais grave delas é o câncer, que também atinge a população negra. Apesar do risco ser maior entre pessoas que têm menos pigmentação, isso não quer dizer que as pessoas negras não precisam se proteger dos danos causados pela radiação ultravioleta". As informações são da Agência Brasil. 

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Tags:

cabelos crespos Cicatrização hipertrófica dermatologista dermatologista pele negra Formação médica dermatológica Manchas pele negra Queloide

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