PERIGO
Remédio pode ser farinha? Entenda o real perigo exposto em Três Graças
Trama da novela levanta um alerta urgente sobre o risco dos medicamentos falsificados

Por Beatriz Santos

A ficção imita a realidade em Três Graças. Na novela, a personagem Gerluce descobre que sua mãe, Lígia, portadora de hipertensão arterial pulmonar, tem sua saúde agravada ao consumir remédios falsificados, comprimidos feitos, literalmente, de farinha.
A história escancara um crime que vai muito além da televisão: o comércio ilegal de medicamentos adulterados, um dos golpes mais perigosos e lucrativos do país.
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Os vilões Santiago Ferette e Arminda comandam o esquema na trama, fabricando e vendendo produtos falsos para enganar pessoas em situação vulnerável.
Mas o enredo serve também como alerta para um problema concreto que afeta o cotidiano de consumidores no Brasil onde remédios de procedência duvidosa são encontrados, até em sites aparentemente confiáveis.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde, a falsificação de medicamentos é uma ameaça crescente, capaz de causar efeitos graves ou até fatais.
Por isso, é fundamental adotar cuidados básicos antes de consumir qualquer produto farmacêutico, seja adquirido online ou em farmácias físicas.
A primeira recomendação é observar a embalagem com atenção. A tarja de segurança deve revelar a palavra “qualidade” ao ser raspada com metal, e o lacre precisa estar intacto e em português.
Também é importante conferir os dados do fabricante: a caixa deve conter número de SAC funcional, lote, datas, CNPJ e registro no Ministério da Saúde (MS), com 13 dígitos.
O preço do produto pode ser um forte indicativo, valores muito abaixo do mercado são suspeitos, especialmente em remédios para disfunção erétil, câncer e emagrecimento, os mais falsificados.
Outro ponto crítico é a composição. Falsificações podem não ter o princípio ativo, conter substâncias trocadas ou até ingredientes que agravam doenças, como mostrado na novela.
Por fim, compre apenas em locais autorizados, como farmácias e sites de confiança, para evitar esquemas de venda ilegal e garantir a procedência. Caso encontre um remédio suspeito, denuncie às autoridades competentes, como a Anvisa, a vigilância sanitária local, o Ministério Público ou a Polícia.
Escândalo das “pílulas de farinha” também inspirou série documental na HBO Max
Em 1998, o Brasil foi surpreendido por uma denúncia que virou manchete nacional: centenas de comprimidos sem efeito do anticoncepcional Microvlar, fabricado pelo laboratório Schering do Brasil, haviam sido colocados à venda em farmácias de todo o país.
O episódio ficou conhecido como o caso das “pílulas de farinha” e é considerado um dos maiores escândalos da indústria farmacêutica brasileira, já que resultou em inúmeras gestações indesejadas e deixou marcas profundas na vida de centenas de mulheres.
O caso real inspirou a série documental Pílula de Farinha: O Escândalo que Gerou Vidas, disponível na HBO Max. A produção de três episódios revisita o escândalo, investigando como mais de 600 mil cartelas de anticoncepcionais sem efeito chegaram ao mercado durante testes de produção.
O documentário traz relatos emocionantes de mulheres que engravidaram por causa do erro e expõe as consequências sociais, jurídicas e de saúde pública que se seguiram ao desastre.
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