NOVA NOVELA
Volta Por Cima traz baianos no elenco e trama de reviravoltas na Globo
Baiano Fabrício Boliveira forma par romântico com Jéssica Ellen na nova novela das 19h, que estreia no dia 30
Por Luiz Almeida*
‘Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.’ Esse verso, que ecoa na vida de muitos brasileiros, dá o tom de Volta Por Cima, a nova novela das 19h da Globo. Estreando em 30 de setembro, a trama de Claudia Souto promete histórias de superação e transformação, trazendo figuras que, após reviravoltas em suas vidas, lutam para se reconstruir. Este é o caso da protagonista Madalena (Jéssica Ellen), que passa a ser a responsável por sua família após uma tragédia.
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O Portal A TARDE esteve presente no lançamento de Volta Por Cima, que transportou jornalistas e convidados para o vibrante subúrbio carioca, recriado nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. A fictícia Vila Cambucá trouxe à vida o cotidiano do subúrbio com suas ruas coloridas, o bar agitado, o mercadão e a icônica banca do Seu Moreira (Tonico Pereira). O ônibus da Viação Formosa – empresa de Edson (Aílton Graça), outro cenário chave da novela – também marcou presença, reforçando a ambientação.
Esse cenário vibrante é onde se desenrola o coração da história, centrada na família Souza, composta por Lindomar (MV Bill), sua esposa Doralice (Teresa Seiblitz), as filhas Madá e Tati (Bia Santana) e Osmar (Milhem Cortaz), irmão de Dora. A protagonista, vivida por Jéssica Ellen, terá de lidar com a descoberta da grave doença cardíaca de sua mãe e a morte de seu pai.
Em entrevista exclusiva à reportagem, a atriz, que faz sua estreia como protagonista em novelas, descreveu Volta Por Cima como "divertida, colorida e com conflitos bem reais". Ellen ainda acrescentou: "As pessoas vão se identificar diretamente com todos os personagens ou conhecer alguém que se pareça com eles. É uma novela que estamos fazendo com muito tesão para o público".
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Para Jéssica Ellen, a representatividade é um dos grandes trunfos da trama. Ao lado de Fabrício Boliveira e Amaury Lorenzo, ela destaca a importância de mais atores negros ocuparem espaços na televisão aberta: "É uma honra estar nesse lugar, e espero que nossa presença cresça cada vez mais, tanto nas telas quanto nos bastidores e em outros setores", afirmou Ellen, reforçando o papel de Volta Por Cima em abrir espaço para vozes negras nas grandes produções.
O assunto também é discutido por outros artistas, como a veterana Drica Moraes, que dará vida à “rica falida” Joyce, irmã de Gigi (Rodrigo Fagundes) e Belisa (Betty Moraes). "A novela fala de um Brasil estendido. 80% do elenco é negro, 20% asiático, os brancos são coadjuvantes, e eu estou feliz à beça de ser coadjuvante. Acho um golaço da novela. Eu, sendo mãe de um menino negro, fico muito feliz", reforçou.
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Além do elenco de peso, o evento de lançamento foi abrilhantado por apresentações que exaltaram a cultura carioca. Marquinhos de Oswaldo Cruz e sua banda encantaram o público com samba de roda, enquanto Neo BXD, famoso por suas rimas improvisadas nos vagões do metrô, trouxe versos espontâneos sobre a história e os personagens da novela.
Superação em foco
A tragédia que abala a família de Madalena ocorre logo nos primeiros capítulos, quando seu pai, Lindomar (MV Bill), sofre um infarto e provoca um acidente fatal. No ônibus, Jão (Fabrício Boliveira) será o cobrador e testemunhará o momento ao lado de Madalena, que está lá para entregar um escapulário ao pai. Esse evento trágico aproxima os dois personagens, iniciando uma relação com muitos desdobramentos.
Para Boliveira, o Jão é um suburbano carioca, mas poderia muito bem ser de Salvador: "É um homem popular, preto, gato, que a gente conhece. Ele troca ideia com todo mundo, tem relações horizontais e faz várias atividades para garantir o dinheiro no final do mês, mas sempre encontra a sua válvula de escape". O galã destacou que, assim como seu personagem, os baianos têm uma busca por prazer: "Ele tem isso, apesar de trabalhar muito, está sempre na roda de samba, paquerando. Isso tem muito a ver com o povo baiano".
Entretanto, a trajetória de Madalena não será simples, já que ela tem uma relação antiga com Chico, que a trai com Roxelle (Isadora Cruz). Sucesso em Terra e Paixão, Amaury Lorenzo revelou ao Portal A TARDE que o público vai acompanhar uma história "plural e diversa". Ele também comentou sobre a crescente presença de atores negros nas produções da TV aberta, afirmando: "É bonito porque, além do nosso ofício de interpretar, trazemos essas lutas para o público. É como se estivéssemos dizendo: 'Olha, a gente pode e merece estar aqui'".
A gente acaba sendo representatividade para muitas outras pessoas que vão ligar a televisão no horário das 7 e vão ver três artistas pretos brincando de interpretar, mas falando pra milhões de pessoas que se identificam e podem estar ali.
O ator dividirá cenas com Isadora, que recentemente protagonizou Mar do Sertão e mostrará ao público uma nova faceta. Ela surge como Roxelle, uma mulher forte, que, segundo a própria, "fala o que pensa e não tem medo de lutar pelo que deseja". Neste caso, sua grande luta é conquistar o coração de Chico somente para ela, criando uma rivalidade com Madalena. A atriz, porém, garantiu que os telespectadores vão se surpreender com a personagem e dificilmente não vão amá-la.
Mais Bahia na telinha
E falando em representatividade, os baianos terão a chance de ver seus conterrâneos em Volta Por Cima. Além de Fabrício Boliveira, natural de Salvador, Fábio Lago (de Ilhéus) brilha como o personagem Sebastian, que é o funcionário exemplar dos irmãos Góis de Macedo, uma família tradicional do Rio de Janeiro. Na trama, o mordomo da família passou a morar no Rio junto com Jô (Vitor Sampaio), seu irmão. Uma virada na sua história promete chamar a atenção de quem acompanhará o enredo.
Para Lago, é uma grande responsabilidade ser um rosto da Bahia nas produções nacionais. Ele ressaltou ao Portal: "O público, o Nordeste, me colocou nesse lugar, então trabalho com muito afinco. Não trabalho para mim, para empresas ou autores, mas para eles, para o público. Isso me dá uma responsabilidade maior".
Eu sou de Ilhéus e, durante muitos anos, era a única referência da minha cidade, no cinema, na TV. Hoje já temos atores ilheenses na cena também. Então acho que é isso, é trazer essa galera nova. Eu acho que falta um pouco mais de investimento para trazermos a linguagem cinematográfica mais para a Bahia
Lago ainda destacou a importância de abrir espaço para mais talentos baianos: "Carrego essa bandeira com muito orgulho. A Bahia tem muito talento, não só em Salvador, mas também no interior. Essa representatividade é um incentivo para quem sonha em seguir uma carreira e mostra que a Bahia tem excelentes profissionais".
*Repórter viajou a convite da Rede Globo
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