ZONA PET
Carrapatos e desidratação: confira dicas da veterinária para cuidados com seu pet no verão
Profissional explica riscos do calor e orienta tutores sobre hidratação, passeios e prevenção de doenças

Por Victoria Isabel

Com a chegada do verão, cães e gatos ficam mais suscetíveis a problemas de saúde causados pelas altas temperaturas. Em entrevista ao portal A TARDE, a médica-veterinária Flávia Meireles detalhou os principais riscos da estação e orienta como garantir o bem-estar dos pets durante os dias mais quentes.
Segundo Flávia, o calor intenso pode provocar desidratação, queimaduras nas patas, especialmente ao andar no asfalto quente ou na areia da praia, além de dermatites relacionadas à umidade e aumento da temperatura corporal interna. A veterinária lembra ainda que o verão favorece a proliferação de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos.
Alguns animais merecem atenção redobrada. Raças braquicefalizas, como Pug, Bulldog, Shih-tzu e os gatos Persas, têm maior dificuldade para liberar calor, o que aumenta o risco de hipertermia. “É fundamental observar sinais de alerta, como respiração muito acelerada, salivação intensa, língua extremamente vermelha ou arroxeada, perda de disposição, vômitos, diarreia e desorientação”, explica. Em casos mais graves, podem ocorrer convulsões e desmaio, exigindo atendimento veterinário imediato.
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Hidratação é fundamental
Durante períodos de calor intenso, Flávia explica que a orientação é manter água fresca e limpa disponível o tempo todo, com trocas frequentes. A alimentação úmida pode ajudar especialmente em casos de animais que não bebem muita água. Flávia alerta, porém, que mudanças bruscas na dieta devem ser evitadas, assim como oferecer alimentos humanos gelados ou inadequados para pets.
Segundo a veterinária, para ajudar na hidratação, é possível oferecer cubos de gelo de água filtrada, gelo com água de coco sem açúcar ou pequenas porções de frutas permitidas, como melão, banana e maçã (sem sementes). “No caso dos gatos, uma boa alternativa é congelar a água do próprio sachê”, orienta.
Ela reforça, no entanto, a necessidade de moderação e a proibição de itens perigosos, como picolés industrializados e frutas tóxicas, entre elas, uva e carambola.

Tosa: quando é indicada?
Flávia destaca que raças de pelagem dupla, como Golden Retriever, Spitz Alemão e Pastor Alemão, não devem ser tosadas.
“O subpelo atua como um isolante natural e protege a pele contra os raios solares”, afirma. Já cães de pelo longo sem subpelo, como Maltês e Shih-tzu, podem receber tosas leves, desde que não deixem a pele exposta.
No caso dos gatos, a recomendação é evitar banhos devido ao estresse que provocam e ao processo natural de autolimpeza dos felinos.
Passeios: horários e cuidados
Para evitar queimaduras e desconforto térmico, os passeios devem ocorrer antes das 8h ou após as 18h, quando a temperatura do asfalto está mais baixa. A dica da veterinária é simples:
“Coloque a mão no chão. Se estiver quente para você, estará ainda mais quente para o animal”. Caminhadas em áreas sombreadas ou gramadas são as mais indicadas.
Quando necessário, podem ser utilizados cremes protetores para as patas e protetor solar específico para pets nas áreas sem pelo.
Evite excessos e respeite o ritmo do animal
Flávia lembra que o passeio deve respeitar o tempo e os limites do cão. Longas caminhadas ou corridas forçadas podem causar exaustão, especialmente nos dias quentes. Em dias de calor extremo, quando sair não é a melhor opção, o tutor deve garantir alternativas dentro de casa.
“É importante que o animal tenha um local adequado para fazer suas necessidades e possa se entreter com brincadeiras de enriquecimento ambiental, como jogos olfativos, caça ao petisco e bolinhas”.
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