Montadora de carros confirma fechamento de fábrica após 88 anos

Pela primeira vez em seus 88 anos de história, a Volkswagen encerrou as atividades de uma fábrica em seu país de origem. A icônica unidade de Dresden, na Alemanha, fechou as portas para a produção de veículos nesta terça-feira, 16.

O último veículo a deixar a linha de montagem foi um ID.3 GTX, que recebeu assinaturas dos funcionários e permanecerá na unidade como um memorial ao legado da fábrica. O CEO da marca, Thomas Schäfer, classificou a medida como "absolutamente necessária" do ponto de vista econômico.

Crise de demanda

O fechamento é o resultado de uma "tempestade perfeita" que atingiu a montadora. A Volkswagen já enfrentava dificuldades devido à demanda instável por carros elétricos na Europa e na China. No entanto, o golpe final veio do cenário geopolítico.

A imposição de tarifas comerciais elevadas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, afetou drasticamente as vendas e a rentabilidade da empresa.

O destino da unidade e dos funcionários

Inaugurada em 2001, a fábrica de Dresden ficou conhecida pela produção de modelos de luxo, como o sedã Phaeton, e posteriormente pela linha elétrica ID.3. Apesar do prestígio arquitetônico, a unidade nunca atingiu grandes volumes de produção.

Quanto ao futuro dos 230 funcionários restantes, a Volks informou que oferecerá:

• Indenizações e pacotes de aposentadoria;
• Opções de transferência para outras unidades do grupo.

A infraestrutura da fábrica não será abandonada, mas passará por uma mudança radical de propósito. A Volkswagen anunciou que transformará o local em um centro de pesquisa especializado em inteligência artificial (IA), robótica e design de chips, buscando se reposicionar na nova era tecnológica do setor.

Fundada em 1937, a fabricante do Fusca e da Kombi é hoje o coração do Grupo Volkswagen, um dos maiores conglomerados do planeta, que detém marcas de prestígio como Audi, Porsche e Lamborghini.