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Bahia registra 2.735 cirurgias plásticas realizadas pelo SUS

Publicado sábado, 26 de setembro de 2015 às 21:20 h | Atualizado em 19/11/2021, 07:03 | Autor: Fabiana Mascarenhas
Luan, 5, passará por uma segunda cirurgia na perna
Luan, 5, passará por uma segunda cirurgia na perna -

Entre janeiro e julho deste ano foram realizadas na Bahia 2.735 cirurgias plásticas reparadoras, que, ao todo, custaram R$ 2,188 milhões. Todos os procedimentos contaram com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Embora muitos não saibam, é possível reduzir a mama, colocar implantes de silicone, remover excesso de pele após cirurgia bariátrica e resolver deformidades nos lábios gratuitamente, desde que não tenham fins estéticos.

"O SUS só cobre cirurgia plástica nos casos em que é necessário reparar algum tipo de dano, seja de nascença (congênito) ou adquirido", informa a diretora de regulação, controle e avaliação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Marta Rejane Montenegro.

As cirurgias plásticas pós-traumáticas decorrentes de acidentes ou violência física são as mais realizadas na Bahia. O Hospital Geral do Estado (HGE), referência no atendimento de urgência e emergência, lidera a lista das 22 unidades de saúde da capital que realizam cirurgias reparadoras.

De janeiro a julho, o HGE realizou 349 procedimentos, seguido do Hospital Santo Antônio, com 229, e do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), que registrou 126 cirurgias reparadoras.

"Há uma demanda grande de pacientes politraumatizados, muitos decorrentes de  violência física e acidentes, principalmente envolvendo motociclistas", conta a cirurgiã Ana Carolina Guimarães, que faz parte da equipe do HGE.

Também são frequentes as mamoplastias - cirurgias de redução de mama - e as reconstruções mamárias pós-mastectomia - retirada total ou parcial do seio por causa de tumores.

"As cirurgias reparadoras servem para reverter grandes mutilações causadas pela retirada de tumores. Muitas vezes, há necessidade de colocar uma prótese, fazer um enxerto de pele, entre outros procedimentos", explica a cirurgiã Jonélia Cerqueira, que atuou durante 14 anos no Hospital Aristides Maltez, referência no tratamento de câncer .

A médica lembra que as sequelas não são apenas físicas, mas costumam afetar a autoestima e causar problemas psicológicos ao paciente. "Há casos em que a situação interfere na vida pessoal, profissional e social dessas pessoas. Muitas ficam retraídas e acabam entrando em depressão", diz.

O motorista rodoviário Paulo Roberto Pereira, 48, precisou passar por uma cirurgia plástica após a retirada de um tumor benigno no cérebro. O procedimento, realizado em 2004, afetou os músculos e o lado direito da face. "Fiz a cirurgia reparadora pelo SUS em 2005, mas  ainda fiquei com sequelas. Estou vendo a possibilidade de fazer outra até o final do ano, para ficar com uma aparência melhor", afirma.

Queimaduras

O pequeno Luan, 5, também está prestes a ser submetido a uma segunda cirurgia plástica. O garoto teve parte da perna queimada, em agosto de 2012, após a grade de uma churrasqueira cair sobre a perna.

"A primeira cirurgia foi feita no Hospital Martagão Gesteira, mas o médico disse que era preciso fazer outra e o encaminhou ao Hospital das Clínicas", diz a mãe de Luan, a técnica em enfermagem  Lêda Almeida, 34. O procedimento será realizado no dia 15 de outubro.

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