PARCERIA PELA VIDA
Bahia Sem Fome e Voluntárias Sociais investem R$ 11 mi em 200 creches
Instituições comunitárias receberão kit´s completos, com fornos, fogões, batedeiras industriais, freezers e mobiliário. Inscrições começam segunda, 10

Por Alan Rodrigues

Creches comunitárias cadastradas no Bahia Sem Fome podem se inscrever, a partir de segunda-feira, 10, para receber um kit com fornos, fogões, batedeiras industriais, berços, utensílios, colchonetes, freezers e armários.
A iniciativa faz parte do Projeto Bahia pela Infância e Segurança Alimentar, promovido pelo Bahia Sem Fome (BSF), em parceria com as Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA). Serão 200 kits destinados a instituições que atendem crianças de 0 a 6 anos.
O anúncio foi feito neste sábado, 8, durante o Encontro de Formação Pedagógica do Programa Mais Infância, realizado no Teatro Caetano Veloso, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
O prazo de inscrição vai até 10 de dezembro. Podem participar creches regularizadas juridicamente e cadastradas na Rede de Equipamentos Integrados para o Combate à Fome, pelo site bahiasemfome.ba.gov.br.
Novo modelo
O coordenador-geral do Bahia Sem Fome, Tiago Pereira, explicou o processo de adesão:“Cada creche poderá escolher um conjunto de materiais para aprimorar os atendimentos, com foco em crianças em situação de vulnerabilidade.”
Para a professora Tatiana Veloso, presidenta das Voluntárias Sociais da Bahia, as creches comunitárias representam muito mais do que espaços de cuidado infantil
“Essas creches têm um papel fundamental não só na educação das crianças, mas também no acolhimento das famílias e na geração de renda das mulheres das comunidades. Muitas realizam formações, feiras e ações produtivas, integrando educação infantil, segurança alimentar e inclusão social em um mesmo espaço”, destacou.
A professora lembrou ainda das 66 visitas realizadas em 2023 a creches comunitárias de Salvador, etapa essencial para a criação de um novo modelo de apoio - não mais baseado em convênios, mas em fortalecimento direto dessas estruturas comunitárias. “A gente sempre manifesta gratidão e reconhece a atuação de cada creche nas comunidades”, acrescenta.
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União de esforços
Um exemplo do impacto desse trabalho é a Creche Escola Comunitária Rumo à Educação, que há quase 30 anos acolhe 160 crianças de 2 a 5 anos na Estrada das Barreiras, em Salvador.
Fundada por dona Terezinha de Oyá, mato-grossense que chegou à Bahia há 35 anos, a instituição nasceu dentro de sua casa, quando ela começou a cuidar dos filhos das vizinhas que caminhavam longas distâncias sob chuva para chegar à escola.
Hoje, com o apoio de 27 colaboradores, 18 voluntários e de toda a comunidade, a creche oferece cinco refeições diárias e mantém projetos de solidariedade, como a distribuição de 100 quentinhas e a futura escola de corte e costura.
“A instituição só existe porque a comunidade nos abraçou”, afirma dona Terezinha, destacando também o apoio das Voluntárias Sociais da Bahia, do Bahia Sem Fome, do Governo do Estado e da Prefeitura de Salvador - uma união de esforços que fortalece o direito à infância e reafirma o papel da comunidade como coração da instituição.
Mais Infância
Na ocasião, também foi lançado o material didático do Programa Mais Infância, criado pelas Voluntárias Sociais da Bahia em 2017, com o objetivo de promover formação continuada para professores de creches comunitárias vinculadas às VSBA em todo o estado. O programa realiza encontros mensais de capacitação.
“As creches comunitárias são formadas por associações e grupos de mulheres das próprias comunidades, que oferecem educação infantil em bairros periféricos e vulneráveis, muitas vezes onde não há creches públicas”, explica Manoel Calazans, coordenador do Mais Infância.
O novo material, produzido em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e financiado por emendas parlamentares dos deputados federais Antônio Brito e Waldenor Pereira, inclui 15 mil livros, diários de bordo e cadernos de planejamento para os professores.
“Além do caderno de planejamento e do livro didático, estamos distribuindo um diário de bordo, que será usado para a comunicação entre a escola e a família, com informações sobre vacinação, atividades e o cotidiano das crianças”, explicou Calazans.
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