Cineastas ensinam técnica de animação em terreiros baianos
Ancestralidade, religião, representatividade, cultura e identidade são os temas trabalhados nas oficinas gratuitas de animação Stop Motion nos terreiros de candomblé em Salvador.
Promovida pelas cineastas Jamile Coelho e Cíntia Maria, da Estandarte Produções, a atividade possibilita que as crianças produzam as próprias narrativas.
Reconhecida internacionalmente por dirigir o curta Òrun Àiyé: a Criação do Mundo, a diretora Jamile Carvalho revelou que o interesse em levar o audiovisual para o terreiro surgiu como forma de agradecimento e reverência aos antepassados. "Depois que dirigi o filme, pensei em adaptar a narrativa oral ao audiovisual e, além disso, penso que o diálogo entre meios tecnológicos e espaços tradicionais é necessário.
Oficina
O Terreiro do Bogum, localizado no bairro do Engenho Velho da Federação, foi o primeiro a ser contemplado com a oficina de animação. A atividade ocorreu nos dias 7 e 8 do mês passado e envolveu dez crianças.
A equede Jandira Santana, 42 anos, que possui formação em pedagogia, contou que foi uma experiência fantástica. "Esta atividade foi inovadora para nós porque nunca havíamos realizado este tipo de oficina aqui", disse. Ela também comentou que as crianças se interessaram e superou as expectativas do público.
No próximo dia 6, a oficina irá ocorrer no Terreiro Manso, localizado na Estrada Velha do Aeroporto e, depois, no dia 13, o Terreiro Junsun, no Alto do Cabrito, será contemplado.
A ialorixá Maria das Graças Reis, 40 anos, destacou que 15 jovens já fizeram as inscrições e a oficina é uma oportunidade de aproximar a comunidade do espaço religioso. "Vai ser bom para combater a intolerância e possibilitar o acesso aos meios tecnológicos".
As inscrições para levar a oficina Stop Motion aos espaços tradicionais serão encerradas no próximo dia 10 e os terreiros interessados podem fazer a solicitação pelo formulário disponível no link: https://migre.me/ uyBVU.